9 regras que investidores nunca devem esquecer

Não tente prever o futuro e poupar é mais importante que investirsão algumas regras listadas pelo site The Motley Foo

Diego Lazzaris Borges

Publicidade

SÃO PAULO – Encontrar as melhores oportunidades e ganhar mais dinheiro é o objetivo da maioria das pessoas que aplicam no mercado financeiro. No entanto, para conseguir bons resultados, é preciso disciplina e conhecimento dos produtos financeiros, além de entender bem os próprios objetivos e o funcionamento do mercado que você opera.

Para facilitar a vida dos investidores, o especialista do site The Motley Fool, Morgan Housel, listou em artigo as 9 regras que os investidores nunca deveriam esquecer. E apesar dele escrever para seus leitores nos Estados Unidos, o especialista da MoneyFit, André Massaro, ressalta que o investidor americano e o brasileiro sofrem com as mesmas angústias. “Achei o artigo americano interessante, pois é uma forma de lembrar que a pouca habilidade em lidar com finanças e as crenças erradas sobre o dinheiro não são problemas associados com alguma etnia ou nacionalidade em particular e, sim, ao ser humano, independente do país onde ele esteja”, pontua.

Confira as 9 regras:

Continua depois da publicidade

1 – Nove em dez profissionais de finanças não tem o interesse do cliente como prioridade
Wall Street atrai alguns dos melhores estudantes das melhores universidades. E poucos deles entram para o mercado financeiro porque têm o desejo de ajudá-lo a alocar seus investimentos da forma mais eficiente. Eles vão para esse mercado porque querem ficar ricos.

E a maneira de ficar rico em Wall Street mais facilmente não é se tornando o próximo Warren Buffet e sim encontrando pessoas ingênuas para pagar taxas de administração e comissões elevadas em produtos de investimento que raramente conseguem sequer superar seus índices de referência.

Por isso, Housel aconselha que você fique bem atento antes de entregar seu dinheiro na mão de alguns profissionais.

Continua depois da publicidade

2 – Não tente prever o futuro
Há pouco mais de dez anos, a Grécia era um país forte, a Rússia estava quebrada, o barril do petróleo custava US$ 13, a AOL dominava a internet, economistas achavam que o governo eliminaria a dívida nacional em 2009, a Apple era uma piada, a General Motors estava no topo da valorização, Mark Zuckerberg era um estudante, o “bug do milênio” era uma enorme preocupação e a revista Fortune dizia que a Enron era uma das empresas mais admiradas dos EUA.

A próxima década também terá muitas mudanças. Aprender a lidar com elas é mais importante do que tentar prevê-las. Ninguém é capaz disso

3 – Poupar é mais importante que investir
Você pode fazer bons investimentos, mas se não tiver guardado algum dinheiro para começar, não conseguirá atingir seus objetivos. As pessoas gastam muito tempo pensando na estratégia e em como melhorar a rentabilidade da aplicação, mas muitos conseguiriam resultados melhores se simplesmente se preocupassem em pensar em como poupar mais.

Continua depois da publicidade

4 – Esqueça o noticiário
Um ciclo de 24 horas de notícias é feito para quem não consegue enxergar mais que 24 horas à frente. Por este motivo, uma notícia longa, mas muito importante, sobre um aumento na produção de energia é raramente mencionada, quando o índice Dow Jones cai 20 pontos é noticiado como manchete urgente.

Para Housel, o relacionamento da maioria das pessoas com as notícias de economia deveria ser: (a) nenhum, ignore todas as notícias ou (b) algo que ajude a entender melhor como o mundo funciona, mas que raramente o obrigue a tomar alguma ação.

5 – A inteligência emocional é mais importante que  conhecimento técnico
Pegue dois investidores. Um é um cientista formato pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), com um QI muito alto. Ele usa alavancagem e opera várias vezes por semana, usando sua inteligência para ser mais esperto que o mercado, saindo dos investimentos quando acha que é o momento certo.

Continua depois da publicidade

O outro é uma pessoa “comum”, que nunca esteve na faculdade, poupa dinheiro todo mês e aplica em um fundo de índice (ETF) mensalmente. Ele não está preocupado em ser mais esperto que o mercado.

Na opinião de Housel, quem conseguirá os melhores resultados no longo prazo é o segundo. “Investir não é um jogo onde o cara com QI de 160 supera outro cara de 130”, já dizia Warren Buffett. Investidores de sucesso são aqueles que reconhecem suas limitações, mantêm a cabeça fria e agem com disciplina.

6 – Fale sobre dinheiro
Investir não é fácil. Mexe com as emoções, pode nos deixar nervosos, irritados, com medo e confusos. Quando tomamos nossas decisões com essas emoções à flor da pele, na maioria das vezes nos arrependemos.

Continua depois da publicidade

Por isso, Housel aconselha que você converse com alguém antes de tomar uma grande decisão com seus investimentos. Pode ser um amigo, um consultor financeiro ou um investidor mais experiente. O pior que pode acontecer é ouvirmos algo com o qual não concordamos e aí ignoramos o conselho. Mas frequentemente ouviremos algo que pode dar outras perspectivas e ajudar a moldar nossos pensamentos.

7 – A maioria dos problemas financeiros é causada por endividamento
O especialista do Motley Fool ressalta cita um exemplo de um conhecido que ganhava centenas de milhares de dólares por ano como um especialista em um campo profissional avançado, mas pediu falência em 2009 e provavelmente terá que continuar trabalhando quanto tiver mais de 70 anos. 

Um outro conhecido, que nunca ganhou mais que US$ 50 mil por ano, conseguiu se aposentar sem problemas quando precisou. A principal diferença entre ele é que o primeiro se endividou para viver com um padrão de vida superior ao seu, enquanto o outro evitou contrair dívidas e manteve um padrão mais realista.

8 – Esqueça o desempenho passado
Morgan Housel aponta que, quando se trata de ações ou fundos de investimento, uma das piores formas de avaliar seu potencial de retorno é olhando a performance passada.

Se uma ação valorizou muito nos últimos anos não quer dizer que ela continuará subindo nos próximos anos. Para ele, investimentos que apresentaram fortes retornos recentemente deveriam ser vistos com cautela, com o risco até de uma bolha. Por isso, você deve procurar comprar ações de empresas que você entenda e que tenham alguma vantagem competitiva.

9 – Não existe “investimento perfeito”
O ouro, que é apontado frequentemente como um investimento estável, desvalorizou 70% de 1980 até o inicio do ano 2000. Títulos do Tesouro norte-americano perderam 40% de seu valor ajustado pela inflação do final da 2ª Guerra até o início dos anos 80. Ações de empresas norte-americanas que eram excelentes investimentos em 2000, recuaram 40% até março de 2009. E os imóveis também desvalorizaram muito nos EUA.

Por isso, Housel ressalta que os investimentos são arriscados. Coisas ruins podem acontecer com qualquer aplicação. Avaliações são invalidadas, segmentos de negócios sofrem mudanças, executivos de empresas erram, políticos tomam decisões ruins e as coisas normalmente não ocorrem como planejadas. Diversificação é a chave, assim como a paciência, uma mente aberta e a capacidade de ignorar os modismos e o entusiasmo da maioria das pessoas.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip