Aprenda como se tornar um investidor da bolsa de valores

Conrado Navarro explica o que é necessário para começar a investir em ações e o que fazer para acompanhá-las

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – O mercado acionário ainda é cercado de muitos mitos e a maior parte das pessoas sente um frio na espinha só de pensar em investir na bolsa de valores e correr o risco de perder alguma parte do seu dinheiro. Apesar dos seus riscos, a bolsa é considerada uma aplicação bastante interessante – especialmente no longo prazo – e muitos investidores conseguem acumular e multiplicar seu patrimônio por meio deste mercado. Por isso, o  sócio-fundador do Dinheirama, Conrado Navarro, explica como se tornar um investidor do mercado de renda variável.

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Para começar, Navarro afirma que não é preciso ter uma quantia exata disponível – existem ações negociadas até por menos de R$ 1. No entanto, é claro que não vale a pena aplicar valores muito baixos, já que as taxas cobradas para as transações iriam corroer todo (ou a maior parte) do rendimento.

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“Obviamente, para ser uma atividade rentável, temos de dispor de mais capital para que possamos realmente ver os lucros e não deixar que tudo vá por ‘água abaixo’ em taxas de corretagens. O mais importante de tudo é saber ser humilde, começar pequeno e ir adicionando mais capital à medida que adquirir mais experiência e segurança, além de observar a eficácia de seu método operacional”, afirma Conrado.

Como investir?
Segundo o especialista, tudo depende do objetivo, do conhecimento e da personalidade do investidor. Caso ele não tenha tempo para acompanhar o mercado e analisar a empresa, o ideal seria investir por meio de fundos de ações. Assim, ele terá a tranquilidade de que o seu dinheiro está nas mãos de um profissional especializado no assunto.

Quem aplica nestes fundos também deve estar atento à carteira do fundo. Existem aqueles que investem apenas nas ações de uma determinada empresa e outros (a maioria) que investem em diversas companhias. Os fundos de ações que investem em ações de apenas uma empresa não são muito recomendados, já que você poderia comprar os papéis da empresa diretamente na bolsa – muitas vezes com um custo menor.

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De toda forma, o investidor deve sempre lembrar que o mercado acionário possui riscos e mesmo os fundos de ações possuem volatilidade. “O mais importante, nesse caso, é saber que aplicando em um fundo de ações você estará fazendo uma aplicação de longo prazo, não podendo de imediato efetuar saques ou transferências. E nunca se esqueça: existe um administrador tomando conta de seu dinheiro que, obviamente, lhe cobrará uma taxa por isto”, frisa Navarro.

Como começar a investir
Para investir comprando ações diretamente na bolsa é preciso se cadastrar em alguma corretora autorizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pela  BM&FBovespa a operar. Você pode fazer as transações de compra e venda por meio do sistema home broker.

Já o investidor que preferir uma exposição ao mercado acionário por meio de fundos de ações também deve, em primeiro lugar, checar se a gestora está autorizada pela CVM a oferecer fundos de investimentos a terceiros. Olhar o histórico do gestor, analisar o prospecto e a lâmina do fundo, e além do retorno também verificar se o fundo possui muita volatilidade são fatores importantes.

Existe momento ideal para comprar ou vender ações?
É possível avaliar cada momento através de duas linhas: análise fundamentalista ou análise técnica. No primeiro caso, todos os detalhes devem ser analisados: histórico, projeções de crescimento da empresa, fluxo de caixa etc. Enfim, tudo aquilo que afeta a saúde do seu investimento. Dessa forma é possível constatar se o preço atual está sub-avaliado ou sobre-avaliado.

“Esta é, porém, uma forma de investimento de mais longo prazo e os investidores fundamentalistas procuram boas oportunidades em boas empresas, ou seja, compram ações de empresas com boas projeções de crescimento que estejam sendo sub-avaliadas (pechinchas, boas ações cotadas a preços abaixo do preço justo) e procuram vender quando estas estão sobre-avaliadas (preços inflados, acima do preço justo)”, ressalta Conrado.

Já na análise técnica, o material utilizado são os gráficos de preços da empresa. Essa ferramenta possibilita que o investidor veja toda informação acerca da saúde da empresa, sem qualquer informação adicional que aparece na análise fundamentalista.

De acordo com o especialista, existem cursos que ensinam os investidores a lerem análises técnicas e se protegerem de grandes quedas. “Além disso, todas as operações procuram ter objetivos de preço bem definidos. Ou seja, o investidor técnico, ao efetuar a compra de uma determinada ação, tenta definir no gráfico o ponto de saída baseando-se em vários sinais gráficos, como resistências, cruzamento de médias, entre outros”, pontua Conrado.

No entanto, é importante lembrar que o mercado financeiro é gerido por pessoas e nem sempre seus planos sairão de acordo com o esperado. Portanto, é imprescindível estudar e encontrar uma forma de análise que lhe traga maior segurança.

“Para terminar, sugiro que seja humilde e respeite o mercado. Ninguém vence o mercado e sim acompanha suas variações. Tenha perseverança, garra e coragem para não aceitar a inércia que nos faz evitar sempre as novidades e faz com que continuemos sempre fazendo o que sempre fizemos”, conclui  Navarro.