Trimestre ruim de resultados pode ter aberto boa oportunidade de compra

Empresas que tiveram prejuízo ou forte queda no lucro também são as que apresentam maior potencial de valorização, segundo levantamento da Coin

Paula Barra

Bear and bull sculptures outside the Frankfurt stock exchange

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SÃO PAULO – O segundo trimestre já passou e deixou uma lembrança amarga em mais da metade das companhias listadas no Ibovespa. Segundo levantamento da corretora Coinvalores, dos 54 setores divididos por ela para a bolsa brasileira, 31 viram seus lucros minguarem ou prejuízos avançarem na comparação com o mesmo período do ano passado. Contudo, alguns se destacaram positivamente, como os setores de informática, varejo e planos de saúde.

No geral, o lucro das empresas acompanhadas pela corretora também recuou em 55,5% na comparação anual, indo de R$ 51,6 bilhões para R$ 22,9 bilhões no segundo trimestre.

Quem mais cresceu no período, contudo, foi o setor de planos de saúde, que mostrou um avanço de 343,3% na comparação anual, seguido por varejo, com 223,3%, e informática, com 218,3%. Entretanto, a maior parcela dos ganhos ficou com os bancos de varejo, que no total registraram um lucro de R$ 9,3 bilhões. A segunda posição ficou com as mineradoras, com R$ 4,9 bilhões. Já a terceira colocação ficou com as empresas integradas de energia, como a Cemig (CMIG4), que somaram entre abril e junho um lucro de R$ 2,3 bilhões.

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Na ponta negativa aparece o setor de petróleo, que mostrou um prejuízo líquido de R$ 1,9 bilhão, sendo que em boa parte esse desempenho foi guiado pelo resultado ruim da Petrobras (PETR3, PETR4) – que teve prejuízo de R$ 1,346 bilhão. O segundo maior prejuízo corresponde ao setor de papel e celulose, de R$ 974 milhões, seguido por petroquímico, de R$ 747,3 milhões.

Ranking de maiores lucros e prejuízos no 2º trimestre:

Posição* Setor Lucro/Prejuízo
(em R$ milhões)
OS MAIORES LUCROS
Bancos de Varejo 9.387
Mineração 4.941
Energia (companhias integradas) 2.359
OS MAIORES PREJUÍZOS
52º Petroquímico (747,3)
53º Papel e Celulose (974)
54º Petróleo (1.924)
*Fonte: Coinvalores

Resultados ruins, perspectivas boas?
Algumas companhias foram fortemente afetadas no segundo trimestre, como a CSN (CSNA3), que registrou o segundo maior prejuízo entre as companhias do Ibovespa, totalizando em R$ 1,048 bilhão. Mesmo assim, isso ainda justifica uma boa recomendação por parte da equipe de análise da corretora.

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A companhia registra o sexto maior potencial de valorização das ações listadas na bolsa paulista, de 41,22% para o final deste ano, com recomendação de compra pela corretora. 

A Vale (VALE3, VALE5), que viu o lucro recuar em 50% no trimestre trimestre, também tem suas ações recomendadas pela corretora, que as atribui o quinto maior potencial de valorização, de 47,27% frente o fechamento da última quarta-feira (27).

As maiores apostas de compra da corretora, contudo, ficam com as ações da Eucatex (EUCA4), que registram um potencial de alta 66,14% no ano, seguidas pela Randon (RAPT4), de 65,8%, e Providência (PRVI3), de 53,61%.

É importante deixar claro que esse potencial de valorização é basicamente a distância percentual do preço atual da ação em relação ao preço estimado para os próximos 12, baseado nas estimativas da corretora. Ou seja, o upside calculado não significa necessariamente que a ação alcançará esse preço no longo prazo.

Maiores apostas de valorização para 2012:

Empresas  Ticker Preço-alvo Upside*
Eucatex EUCA4 R$ 10,50 +66,14%
Randon RAPT4 R$ 16,00 +65,80%
Providência PRVI3 R$ 10,00 +53,61%
MRV Engenharia MRVE3 R$ 17,00 +48,47%
Vale VALE5 R$ 52,00 +47,27%
CSN CSNA3 R$ 16,00 +41,22%
*Upside: potencial de valorização em relação ao fechamento da última quarta-feira (22)