Ressurgindo das cinzas? Subsidiária da ex-OGX dispara 700% na Bolsa

Após registrar apenas 1 negócio em 4 meses, caindo 96%, ação da OGX Petróleo e Gás disparou na sessão desta terça, atingindo os R$ 13

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Um papel muito pouco movimentado chamou atenção no pregão desta terça-feira (7) ao disparar 702,47% na máxima do dia. A ação em questão é a da OGX Petróleo e Gás (OGSA3), subsidiária da Óleo e Gás Participações (OGXP3), antiga OGX, empresa fundada por Eike Batista que entrou com pedido de recuperação judicial em 2013. Nos minutos finais, os papéis recuaram levemente, fechando com alta de 642,59%, cotados a R$ 12,03. 

Porém, é importante destacar que apenas 20 negócios foram feitos hoje, movimentando R$ 22,42 mil. Analistas não souberam justificar o movimento, e lembraram que, atualmente, é difícil encontrar alguma corretora que ainda acompanha estes papéis.

Desde que estreou na Bolsa, em 29 de dezembro de 2014, a ação OGSA3 praticamente não foi negociada. No dia 31 de março foram registrados 9 negócios com o ativo, que despencou 96% e caiu dos R$ 160 de sua estreia para R$ 1,62, uma queda de 96%. Desde então, apenas as negociações registradas hoje ocorreram com as ações.

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Na noite de ontem, a Óleo e Gás comunicou que estão em curso negociações com a OSX 1 Leasing, seus respectivos credores e a OSX Serviços Operacionais sobre a interrupção das atividades no Campo de Tubarão Azul e a consequente desmobilização da plataforma FPSO OSX-1.

“As referidas negociações envolvem questões à liberação do FPSO OSX-1, respeitando os compromissos relacionados à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), além de renegociações sobre os custos de afretamento e operação e manutenção (O&M) do FPSO OSX-1”, disse a companhia em nota. A ex-OGX ainda disse que as duas empresas querem manter as atividades no Campo de Tubarão Azul, “respeitadas as questões relativas aos limites do reservatório e de viabilidade econômica do referido campo, bem como o acordo de desmobilização ora em negociação”.

No fim do terceiro trimestre de 2014, a dívida de R$ 13,8 bilhões da OGX Petróleo e Gás foi convertida em instrumentos de patrimônio da empresa (convertida nas ações OGSA3) como parte do processo de sua reestruturação. O montante corresponde a todos os compromissos que a companhia tinha antes do pedido de recuperação judicial, feito em 2013, na maior operação desse tipo já feita na América Latina. 

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Com o processo, essa a dívida bilionária desapareceu do balanço da nova OGX, ou melhor, saiu do passivo da empresa e passou para o ativo, como reserva de capital – conforme estipulado no seu plano de recuperação judicial. Como parte do processo, foram emitidas 86,2 milhões de novas ações ordinárias, que foram distribuídas aos credores proporcionalmente ao valor de seus créditos da empresa. 

Com as novas ações, os titulares da dívida da companhia ficaram com 71,4% da “OGX reestruturada” – que tem entre eles os detentores dos bônus internacionais, fornecedores e a OSX (OSXB3), companhia do grupo criada pelo empresário Eike Batista para construir plataformas e estaleiros que seriam demandadas pela petrolífera.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.