“Nova” OGX estreia hoje na Bovespa; vale a pena investir?

Papel da petrolífera entra na Bolsa ao preço de R$ 160 e código OGSA3

Paula Barra

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SÃO PAULO – Uma “nova” OGX estreou na BM&FBovespa nesta segunda-feira (29). A novata chega na Bolsa com o ticker OGSA3, ao preço de R$ 160, mas até o momento não teve nenhuma negociação. A ação corresponde à empresa OGX Petróleo e Gás, subsidiária da Óleo e Gás Participações (OGXP3), antiga OGX, empresa fundada por Eike Batista que entrou com pedido de recuperação judicial em 2013. Vale lembrar que nada muda para os papéis da OGPar, que seguem em negociação normal na Bolsa. 

A “OGX reestruturada” entra na Bolsa livre de uma dívida bilionária. Isto porque, ao fim do terceiro trimestre, em 16 de outubro, a dívida de R$ 13,8 bilhões da OGX Petróleo e Gás foi convertida em instrumentos de patrimônio da empresa (convertida nessas ações que agora entram em negociação no mercado) – como parte do processo de sua reestruturação. O montante corresponde a todos os compromissos que a companhia tinha antes do pedido de recuperação judicial, feito há um ano, na maior operação desse tipo já feita na América Latina. 

Com esse processo, essa a dívida bilionária desapareceu do balanço da nova OGX, ou melhor, saiu do passivo da empresa e passou para o ativo, como reserva de capital – conforme estipulado no seu plano de recuperação judicial. Como parte do processo, foram emitidas 86,2 milhões de novas ações ordinárias, que foram distribuídas aos credores proporcionalmente ao valor de seus créditos da empresa. 

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Com as novas ações, os titulares da dívida da companhia ficaram com 71,4% da “OGX reestruturada” – que tem entre eles os detentores dos bônus internacionais, fornecedores e a OSX (OSXB3), companhia do grupo criada pelo empresário Eike Batista para construir plataformas e estaleiros que seriam demandadas pela petrolífera. 

Resta à empresa agora apenas uma dívida de aproximadamente US$ 290 milhões, mas que também desaparecerá do seu balanço em um segundo e mais diluitivo aumento de capital. Ao fim de todo o processo, que deve ocorrer em abril do ano que vem, com a conversão das debêntures mediante incorporação da Óleo e Gás, os novos “donos” da OGX, que serão seus bondholders, terão 65% do capital votante da empresa. Os credores anteriores à recuperação terão 25% e os atuais acionistas (pré-recuperação judicial) terão 10% – estrutura aprovada no plano de recuperação judicial da empresa.

O processo de recuperação da empresa pode dar vida nova à companhia, mas ainda tem muito por vi. Conforme apurou o Valor, em outubro, a empresa precisará de investimentos na ordem de R$ 800 milhões, que seria o montante para que consiga explorar o seu principal ativo, os campos de Atlanta e Oliva (BS-4). No terceiro trimestre, já sem a dívida bilionária em seu balanço, a empresa informou lucro líquido de R$ 12,2 bilhões, após registrar prejuízo de R$ 2,2 bilhões no mesmo período do ano anterior.