Por que as ações da ex-OGX não animaram com lucro bilionário no 3° tri?

Papéis da petrolífera chegaram a subir apenas R$ 0,01 nesta sessão, mas operavam neste momento estáveis a R$ 0,08

Paula Barra

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SÃO PAULO – Atrasada da divulgação oficial, a Óleo e Gás Participações (OGXP3), antiga OGX Petróleo, divulgou nesta manhã seu resultado do terceiro trimestre, com lucro líquido de R$ 9,36 bilhões, contra prejuízo de R$ 7,648 bilhões no mesmo período do ano passado. Apesar da melhoria, os papéis da petrolífera, antiga empresa de Eike Batista, não esboçaram grande reação na Bolsa. As ações, que são cotadas a centavos, chegaram a subir apenas R$ 0,01 nesta sessão, mas que devido ao seu baixo valor de face representou valorização de 12,5%, indo a R$ 0,09. Às 15h12 (horário de Brasília), no entanto, operavam estáveis a R$ 0,08. Mas por que essa “falta” de reação?

Desde que a empresa entrou em processo de recuperação judicial, em outubro do ano passado, seus papéis perderam considerável liquidez na Bolsa ao mesmo tempo em que apresentavam forte derrocada (de 65% até agora). O motivo era que a situação da empresa era de difícil reversão. 

Não para menos, há duas semanas a coluna Radar, da Veja, disse que a empresa estaria próxima da sua segunda quebra. Isso porque a queda do preço do petróleo poderia atrapalhar seus planos enquanto a produtividade de Tubarão Martelo, seu principal campo, estava produzindo menos do que o prometido. No balanço do terceiro trimestre, a empresa informou que o campo de Tubarão Martelo encerrou o período com quatro poços produtores, em uma produção média diária de 12,6 mil barris, enquanto o “combinado” era algo em torno dos 19 mil barris. 

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A companhia, no entanto, ainda tenta mostrar otimismo. Segundo a OGPar, os principais indicadores financeiros da empresa melhoraram nos nove primeiros meses de 2014. Contudo, com perdas de pelo menos US$ 20 milhões por mês, a empresa já é vista por alguns novos acionistas como um caso sem solução. Ou seja, nem mesmo a mensagem ligeiramente positiva da administração da empresa no balanço do terceiro trimestre foi capaz de ressuscitar o ânimo do mercado em relação à companhia. Durante todo este mês de dezembro, os papéis da OGPar operaram entre R$ 0,06 e R$ 0,11. 

Ontem, a própria empresa sinalizou que a derrocada do petróleo já fazia ferida em um dos seus contratos. A companhia informou na véspera que obteve decisão provisória na Justiça para reduzir o valor do afretamento da plataforma FPSO OSX-3 de US$ 250 mil para US$ 130 mil, citando a queda da commodity. “O preço do petróleo Brent sofreu queda vertiginosa, de US$ 97,11 para US$ 61,06 (fechamento de 15 de dezembro), causando, no entendimento da companhia, flagrante desequilíbrio do contrato”, disse.