JPMorgan vê 60% de chances de Eike não injetar US$ 1 bi na OGX e ações a R$ 0,05

Banco norte-americano vê preço-alvo dos ativos entre R$ 0,12 e R$ 0,15; desafios para a petrolífera de Eike não são nada triviais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O JPMorgan é o último dos grandes bancos a rebaixar a recomendação das ações da OGX Petróleo (OGXP3), passando de de manutenção para underweight (exposição abaixo da média do mercado). Em março de 2013, o banco norte-americano havia rebaixado a recomendação dos papéis de overweight (exposição acima da média do mercado) para neutra. 

O grande catalisador para rebaixar a recomendação dos papéis foi o começo da disputa da diretoria da OGX com o acionista controlador, Eike Batista, para a execução da put de US$ 1 bilhão, o que evidencia um cenário de extrema incerteza para a companhia. Caso a injeção não ocorra, como estimado pelos analistas, as ações devem valer apenas de R$ 0,04 a R$ 0,05.

Considerando o impacto significativo desta put no valor da empresa, os analistas Caio Carvalhal e Felipe dos Santos traçaram três cenários para a disputa, com diferentes probabilidades de sucesso. O primeiro é a não injeção do dinheiro estabelecido pela put, enquanto o segundo cenário é de injeção apenas parcial, dos US$ 100 milhões iniciais. Já o terceiro e último cenário envolve a execução total da opção de venda, com a injeção de US$ 1 bilhão na empresa por Eike. 

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“É importante observar que todos os cenários assumem uma renegociação da dívida antes de 2018, quando os títulos de dívida no valor de US$ 2,6 bilhões irão vencer. A geração de caixa , até então, não deve ser suficiente para cobrir este pressuposto”, apontam os analistas.

Maior probabilidade: não ocorrer a injeção de capital
E a maior probabilidade, de acordo com Carvalhal e Santos, é de que a injeção de capital não ocorra, com 60% de chances, o que pode levar o valor justo dos ativos entre R$ 0,04 e R$ 0,05.

Já a injeção mínima de US$ 100 milhões deve ocorrer com 30% de chances, o que levaria os papéis para um valor justo entre R$ 0,11 e R$ 0,13. E, por fim, e mais improvável – 10% de chances – , é a injeção de capital de US$ 1 bilhão por Eike na OGX, o que levaria o valor justo para um intervalo entre R$ 0,64 e R$ 0,78 por ações. 

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OGX: desafios nada triviais
Carvalhal e Santos apontaram os cinco principais desafios para a companhia, considerados nada triviais, tanto no curto como no longo prazo. No curto prazo, a petrolífera precisa encontrar uma fonte de capital para manter as operações – no mínimo US$ 600 milhões, indicando um risco de diluição de capital significativo para os atuais acionistas.

Em segundo lugar, está a expectativa pelo início da produção em Tubarão Martelo, no mais tardar no início de 2014 e, em terceiro lugar, que a Petronas cumpra o pagamento de US$ 850 milhões após o evento. 

No longo prazo, a OGX terá que alcançar um acordo com os detentores de bônus da companhia e por último, deve encontrar um novo contratante para as plataformas OSX-1 e OSX-2 – os custos das unidades combinadas alcançam US$ 300 milhões por ano. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.