Deutsche Bank projeta ação da OGX a R$ 2,00 no final deste ano

Com perspectiva de menores volumes totais recuperáveis, expectativa é de queda de mais 34% dos ativos no ano; ação continua cara, avalia analista

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Com a perspectiva de menores volumes totais recuperáveis, o Deutsche Bank reduziu em mais de 47% o preço-alvo para as ações da OGX Petróleo (OGXP3), que passaram de R$ 3,80 para apenas R$ 2,00.

Com este novo target, a projeção do banco é de uma queda de 34,21% dos papéis até o final de 2013 em relação ao fechamento da última sexta-feira (1). A recomendação segue de venda para os ativos.

Vale ressaltar que, na sessão desta segunda-feira (4), os papéis registram baixa de 4,93%, a R$ 2,89, às 15h07 (horário de Brasília), sendo negociadas abaixo dos R$ 3,00. No ano, a queda é de 34%.

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O analista Marcos Sequeira, que lidera o ranking da Bloomberg de Retorno Absoluto – que acompanha as estimativas dos analistas – destaca o cenário desafiador da companhia para explorar os campos da OGX na Bacia de Campos, já aventadas desde julho de 2012.

Desde então, aponta Sequeira, as tendências mensais de produção têm suportado a expectativa do Deutsche Bank frente à petrolífera de Eike Batista. “Acreditamos que, no próximo dia 12 de março, a OGX abra mão de explorar certas áreas na Bacia de Campos, o que deve reforçar nossas expectativas”, avalia Sequeira.

O banco reportou ainda os principais eventos que devem impactar o papel, destacando ainda os motivos para projeções divergentes em relação ao consenso. Dentre eles, está o final do período de exploração da Bacia de Campos e Santos, os resultados do quarto trimestre, a rodada de leilões da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e os resultados da exploração.

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De acordo com Sequeira, apesar da forte queda dos papéis e de ele ter sido o pior de 2012, a razão entre o valor da empresa e os múltiplos de produção estimados para esse ano indica que os ativos OGXP3 estão caros na comparação com a Queiroz Galvão (QGEP3) e outras três petroleiras colombianas, além de ser uma companhia bastante alavancada. 

Companhia precisa revitalizar sua carteira
Além disso, a companhia precisa se revitalizar, segundo o analista, dados os resultados exploratórios até agora. No entanto, com o fluxo de caixa com perspectivas ruins de geração para este ano, com uma dívida líquida alta e uma capacidade limitada para contrair novas dívidas, novos compromissos poderiam exigir um financiamento de capital adicional, aponta, referindo-se ao interesse da companhia em participar do próximo leilão da ANP. 

Apesar das tentativas fracassadas de vender parte de sua carteira da Bacia de Campos, a OGX continua interessada em cultivar o campo de Tubarão Martelo, ressalta o analista. Entretanto, o próximo leilão da ANP e os planos de alienação de ativos da Petrobras devem competir pela atenção dos potenciais compradores.

As tendências de produção, consideradas chaves para os eventos, devem continuar a cair em quaisquer condições, principalmente no campo de Albânia, em que há um cenário desafiador. No relatório, Sequeira destaca ainda o resultado do quarto trimestre da companhia, com o impacto da concessão de opções sobre ações de US$ 1 bilhão feita em outubro. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.