“As escolas brasileiras são um atraso para a inovação”, diz executivo da BRF

O executivo foi um dos participantes do painel de abertura da 16ª Conferência Anpei, realizada em Belo Horizonte nesta terça-feira (31)

Júlia Miozzo

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BELO HORIZONTE * – Um dos maiores obstáculos que o Brasil enfrenta no desenvolvimento do empreendedorismo e na inovação, independente do setor em que ela se aplica, é a educação aplicada hoje nas escolas, disse Artur Tacla, executivo da BRF.

O executivo foi um dos participantes do painel de abertura da 16ª Conferência Anpei, realizada em Belo Horizonte nesta terça-feira (31).

 “É ela quem causa nosso atraso, e sabe por quê? Porque as crianças são ensinadas, desde crianças, de que existe somente uma resposta certa para qualquer questão, uma situação única e um único caminho para se seguir. Basta ver o modelo de provas atual para constatar isso”, disse. “Isso nos impede de sair da caixa, empreender, inovar”.

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Outros convidados que participaram do painel, Denis Balaguer, da Ernst Young, e Leonardo Dornelas, das Inventta, também compartilharam suas visões sobre o que impede a inovação no país, em alguns pontos concordando com Tacla. “O jeito que fomos criados inclui várias ‘travas’, principalmente dentro das empresas. As pessoas, ao passarem o crachá nas catracas do prédio, já se travam, pensam no que não podem fazer. Isso é um dos maiores obstáculos contra a inovação”, disse Dornelas.

Unânimes entre os palestrantes, as medidas que podem contornar esses problemas são a criação de ambientes e incentivos à inovação e, dentro das empresas, a de começar uma mudança de cultura interna, que valoriza a inovação.

“É imprescindível que as empresas tenham uma equipe voltada somente para a inovação, cujo papel será de contaminar o resto da empresa”, disse Denis Balaguer.

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Ele concluiu o painel afirmando que não deve existir um código a ser seguido na cultura de inovação da empresa: “O jeito é agirmos como ‘piratas'”, fazendo uma referência à uma das frases mais famosas de Steve Jobs – “Prefiro ser um pirata do a me alistar à marinha”. Isso significa desbravar, estar aberto ao novo, mesmo que isso represente o fim de seu negócio, pois são nesses momentos que a inovação acontece. 

* A jornalista viajou a convite da Anpei