Marca faz postagens consideradas machistas e desafia cliente a baixar sua nota no Facebook

Se nota da marca no Facebook cair para 1,1 estrela, a usuária receberá R$ 10 mil; de qualquer forma, haverá doações

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – A marca de móveis carioca Alezzia tem sido pauta no Facebook nos últimos dias, não pelos seus produtos, mas como objeto de discussão sobre preconceito desencadeada por uma peça de marketing polêmica.

Depois de um comentário negativo, uma cliente recebeu o desafio de baixar a avaliação da página da companhia na rede social para 1,1 estrela. O “prêmio” é um cupom de R$ 10 mil em compras.

A briga virtual começou quando a empresa publicou fotografia de um de seus produtos em segundo plano, nas mãos de uma modelo usando apenas um body justo branco. Ofendida com a forma como foi usada a imagem do corpo da mulher, a usuária de Facebook Bruna Bones deixou um comentário na postagem atentando para o que considerou desrespeito à figura feminina, o qual foi reiterado tanto por clientes como profissionais de publicidade.

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Ela disse ter sido motivada por comentários feitos por Alexandre do Nascimento sobre a capacidade de mulheres profissionais de comunicação no Behance. “Quase não existe mulher postando bons trabalhos por aqui. Já homens são um monte e cada trabalho mais top que o outro”, dizia a postagem. Depois de ler esse comentário, a usuária decidiu pesquisar o trabalho do usuário e então descobriu a página da Alezzia, onde encontrou a publicação. 

Normalmente, críticas de clientes recebem pedidos de desculpas e promessas de melhora das marcas como retratação, mas não foi esse o caso da Alezzia.

Buscando repercussão, a empresa desafiou a primeira crítica a fazer uma mobilização para baixar a nota das avaliações de sua página a 1,1 estrela até o dia 31 de janeiro de 2017. A página ainda passou a publicar cada vez mais fotos de mulheres, em uma postura que vem sendo aposentada por diversas marcas nos últimos anos contra o machismo. 

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Se conseguir, Bruna receberá um cupom de R$ 10 mil em compras na loja virtual, o qual afirmou que será revertido à causa feminista, “ajudando ONGs e grupos de empoderamento feminino”. Caso contrário, a Alezzia pretende doar à AACD cupons cujos valores aumentam dependendo do número de estrelas da página ao final do período.

Desde então, iniciou-se uma “guerra” de lados na rede social. Já foram computadas mais de 75 mil avaliações de uma estrela e 33 mil de 5 estrelas. Ao mesmo tempo, a página tem recebido enorme quantidade de comentários, os quais por vezes recebem respostas ríspidas da própria marca, discutindo a questão.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney