Produção de Whatsapp marketing faz empresa crescer 300%, mesmo na crise

CEO de agência pioneira na ferramenta diz que “gostaria que o Brasil tivesse crise todo ano”

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – O setor de comunicação e marketing brasileiro é um dos que tem sentido os efeitos da crise em 2015. As demissões em massa foram notícia durante todo o ano e empresas no setor, o que preocupa parte dos profissionais da área. Mas Alessandro Santana, CEO da agência Atmosfera Publicidade, não está preocupado.

“Gostaria que o Brasil tivesse crise todo ano, pois assim somos obrigados a sair da zona de conforto, criar soluções inovadoras e compatíveis com a nova realidade do mercado”, afirma o empreendedor que, em 2014, foi responsável pela criação do conceito de WhatsApp Marketing no Brasil.

De acordo com ele, a ideia surgiu quando a empresa atendia políticos nas eleições do ano passado. “Sentimos a necessidade de oferecer algo a mais para os nossos candidatos. Então criamos uma ferramenta própria, um API que dispara WhatsApps personalizados em massa”, conta. Dos 26 candidatos atendidos pela campanha, 23 conseguiram se eleger.

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A ferramenta, explica Alessandro, funciona como se fosse um grupo de diversos celulares dentro de um computador, disparando mensagens. “Compramos linhas de telefone comuns e disparamos através de um software. As mensagens chegam com o nome do cliente e a taxa de aceitação é impressionante: 95% das mensagens são abertas”.

O próprio app facilita na mensuração dos resultados, com ferramentas que mostram quantas pessoas receberam, quantas leram e suas possíveis respostas. “Você não consegue esses números com nenhuma outra estratégia de marketing hoje”, garante o CEO. “É uma mídia de massa, nós conseguimos unir o útil ao agradável”, completa.

Desde então, a busca dos clientes cresceu exponencialmente. “Não fizemos campanha, foi tudo no boca a boca. Hoje atendemos marcas como O Boticário, Mizuno, Cyrela, Harley Davidson, e outras grandes empresas, mas também atendemos clientes muito menores, a lojinha da esquina”, comenta Alessandro. A procura pela agência cresceu 300%, e atualmente a companhia cresce em média 12% ao mês, de acordo com ele

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“Nossa equipe partiu de 10 pessoas para 28, e acreditamos que em março estaremos em 100 funcionários. Por dia, nos ligam cerca de 10 a 15 clientes em potencial em busca pelo serviço”. As mensagens usam textos, imagens e vídeos, dependendo da demanda.

O custo também é mais baixo do que o da maioria das mídias tradicionais – de 14 a 27 centavos por disparo, o que atrai clientes em busca por soluções mais baratas em um período de turbulência econômica, de acordo com Alessandro. “É um momento em que as empresas investem em soluções mais em conta”.

O empresário garante que a tecnologia é exclusiva: “algumas pessoas tentaram copiar, mas o serviço que nós oferecemos é só nosso”. E as previsões são positivas: “acreditamos que o negócio só tem a crescer em 2016, quando as empresas ainda estarão buscando soluções de marketing mais em conta; e ainda mais em 2017 e 2018, pós-crise, porque a economia vai voltar a andar e as empresas investirão mais”, comenta.

Violação de privacidade?

Como em outras formas de marketing de guerrilha, o WhatsApp Marketing pode incomodar usuários que não querem receber mensagens de marcas e nomes públicos em seus aparelhos pessoais. 

As regras de privacidade do aplicativo afirmam, no Artigo 3 item C, que não é permitido “lançar qualquer sistema automatizado, incluindo sem limitação, “robôs”, “aranhas”, “leitores offline”, etc. ou “load testers”, como wget, apache bench, mswebstress, httpload, Xcode Automator, Android Monkey, etc., que acessem o serviço de uma maneira que envie mais pedidos de mensagens aos servidores do WhatsApp em um dado período de tempo do que um humano poderia produzir razoavelmente neste mesmo período usando um aplicativo WhatsApp”. Outra parte do parágrafo diz que “você concorda não mandar spam, ou solicitações para propósitos comerciais, quaisquer usuários do serviço”.

Como explica Alessandro, a empresa consegue “enganar” o sistema ao usar não apenas um, mas diversos números de telefone legalmente contratados ao mesmo tempo. Ele afirma inclusive que muitos usuários tentam fazer uso desta tecnologia sem sucesso e têm seus números banidos, mas que a Atmosfera Publicidade não passa por este problema. 

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney