Bife vegetal em pó? Alimento inusitado é arma para conquistar cliente

A aposta no inusitado é a estratégia encontrada por pequenos fabricantes para atrair o apetite dos consumidores

Estadão Conteúdo

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Já pensou em provar um bife vegetal em pó? E um cachorro-quente com ketchup de manga? A aposta no inusitado é a estratégia encontrada por pequenos fabricantes para atrair o apetite dos consumidores e projetar receitas robustas em pouco tempo de atuação.

A Manioc, por exemplo, vende bife em pó. O negócio tem menos de dois anos de existência e surgiu dos experimentos culinários dos namorados Pedro Teixeira e Ellen Stellet, respectivamente engenheiro e historiadora. Eles aplicaram R$ 2 mil na aquisição de insumos alimentícios, montaram uma loja online e faturaram R$ 650 mil no ano passado. Neste ano, planejam alcançar R$ 1 milhão.

Adeptos do veganismo, uma filosofia de vida que prega, entre outros preceitos, o boicote ao consumo de produtos de origem animal, eles sentiam dificuldade em localizar no mercado itens que se encaixassem aos seus interesses e convicções.

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Os problemas à mesa levaram o casal a se aventurar na cozinha. Foi a senha para começar a empresa. “Queríamos montar uma empresa de congelados, mas não tínhamos dinheiro para investir”, diz Teixeira, que passou a desidratar os produtos e vendê-los em pó. A demanda foi tão grande que a Manioc já distribui para todo o País e, há quatro semanas, passou a exportar para o Canadá.

Metade dos pedidos é para a compra do Mandiokejo, solução vegetal para pizzas e lasanhas. O bife vegetal em pó também é popular. Teixeira afirma que, por mês, a empresa produz 400 kg da ?carne de mentira?, conseguida por meio da mistura de feijão tipo carioca e uma massa de banana verde. “As pessoas anseiam por algo diferente e a curiosidade é o que tem motivado quem não é vegano a comprar”, diz.

Improváveis

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Na mesma linha dos alimentos improváveis, o ketchup de manga e de goiaba representam as novas apostas de Ricardo Cossari, diretor industrial e filho do fundador da Cossari Alimentos.

Apesar de atuar já há 45 anos no mercado, a Cossari teve dificuldades em implementar os novos produtos. Ricardo Cossari estima ter investido dois anos e R$ 3 milhões na linha de produção e no desenvolvimento dos ?ketchups?. “Não foi fácil. Para o (produto) de goiaba, fizemos 70 formulações até chegar ao resultado”, comenta Cossari. Hoje, a empresa consegue produzir até 300 toneladas de molho por mês e, com a venda das novas opções, o empresário espera chegar a um faturamento de R$ 13 milhões, resultado 62% superior ao de 2013.

Na opinião de Leila Costa, coordenadora do curso de gastronomia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), o consumidor pode estar disposto a experimentar, mas fidelizar a clientela é um grande desafio. Um ponto favorável, diz, é o movimento de fusion food, que mistura elementos de várias tendências culinárias em uma aproximação com a alta gastronomia.

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Para Leila, esse segmento é mais gourmet e tem chances maiores de sucesso no varejo. “São produtos para quem gosta de cozinhar e de experimentar coisas diferentes”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.J