Dicas de como ganhar dinheiro viajando (sem precisar fazer bicos)

Veja como conhecer o mundo e ainda conseguir dinheiro fazendo isso

Juliana Américo Lourenço da Silva

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SÃO PAULO – No mês passado, o InfoMoney divulgou uma notícia de uma casal que largou o emprego em multinacional para viajar. Porém, um leitor nos questionou o por que não fazíamos uma matéria sobre como ganhar dinheiro viajando.

Como pedido de leitor é uma ordem, fomos atrás de maneiras e exemplos de pessoas que ganham a vida da melhor maneira possível: conhecendo o mundo.

Os principais “especialistas” sobre o assunto são a tradutora Jaqueline Barbosa e o publicitário Emerson Viegas, que resolveram se aventurar pelo mundo dos blogs e ficaram conhecidos pelo projeto “Casal Sem Vergonha” – um site com conteúdo sério sobre sexo e relacionamento. Depois disso criaram o site Hypeness e decidiram que não queriam mais trabalhar em um lugar fixo.

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Foi dessa vontade de quebrar o modelo tradicional de trabalho que surgiu o “Nômades Digitais”, um blog que fala sobre as viagens do casal e a rotina de quem também trabalha viajando o mundo.

“Nômade digital é uma tendência que nasceu nos Estados Unidos e na Europa, onde profissionais que já trabalhavam com tecnologia e pela internet começaram a perceber que aquele modelo de trabalho que eles tinham de pegar trânsito e fazer todo trabalho pela rede, sem precisar de reunião, não justificava a necessidade de se fixar em um lugar”, afirmou Emerson, durante uma palestra na última edição da Campus Party que aconteceu em São Paulo.

Jaqueline lembra que muita gente acha que um nômade digital nada mais é que um mochileiro que faz “bicos” para conseguir dinheiro. “Os nômades digitais são pessoas que continuam com a sua carreira, mas que não precisam mais ficar em um escritório fechado”, afirma. “A gente já conhece muita gente que trabalha neste modelo e às vezes elas acabam ganhando até mais dessa forma, porque elas tendem a ser mais visionárias”.

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Os dois defende a teoria de que “a vida não é uma corrida e você não é ratos”, ou seja, desde pequenos somos criados para se encaixar no modelo de vida que a sociedade impõe. Mas nem sempre é isso que você quer e não é isso que te deixa satisfeito.

Para provar a teoria de que é possível trabalhar e viajar, o casal afirma que, em 2014, o faturamento da empresa foi de R$ 2,5 milhões e com 50% de lucratividade, uma vez que não teve gastos com escritório; eles contam com 13 funcionários que estão espalhados por Florianópolis, São Paulo, Austrália, San Francisco, Barcelona e cidades em Portugal. “A gente tem essa vida de nômade digital e a gente quer que a nossa equipe também tenha”, afirmam.

Veja como o casal conseguiu se tornar nômade digital:

1- Profissão
Como já foi citado, não é preciso deixar de lado a carreira para viajar o mundo. Segundo os dois, existem muitas profissões que podem ser mantidas sem prejuízo quando se opta por viajar o mundo trabalhando, como agente de viagens, tradutor, fotógrafo, programador, dono de comércio online e escritor freelancer.

Caso você não consiga se colocar nessa situação, procure um trabalho ou um projeto que te agrade. Emerson comenta que muitas pessoas ganham dinheiro com cursos onlines – essa pode ser uma opção.

Já a tradutora lembra que também é possível criar uma loja online com itens dos países que você está passando. “Tem várias possibilidades para quem quer tentar”, afirma.

2- Economizar
Ambos começaram a trabalhar cedo, ela como garçonete na adolescência e ele como office boy aos 13 anos. Quando decidiram começar o próprio negócio e largar o emprego, passaram quase um ano sem ir a restaurantes, shows e baladas para economizar dinheiro. “Mudanças de vida exigem muita ralação, abrir mão das coisas que você gosta. Criar negócio ou investir em projeto pessoal requer trabalho, planejamento e administração do dinheiro”, conta Emerson.

Depois, no caso do Nômades Digitais, conseguiram patrocínio da KLM e do Airbnb – mas bateram na porta de várias outras empresas antes de fecharem a parceria.

3- Planeje-se
Antes de jogar tudo para o alto para ganhar dinheiro com sua própria empresa ou trabalhar viajando o mundo, precisa se planejar com antecedência. No caso do casal, eles juntaram R$ 40 mil para garantir que pagariam as contas enquanto investissem no projeto.

Além disso, eles ficaram cerca de nove meses desenvolvendo a ideia, pensando em possibilidades e em maneiras de gerar receitas além de simplesmente ter anunciantes no blog. Vale lembrar também que é muito difícil dividir trabalho com um projeto de empreendedorismo, por isso, mergulhe de cabeça no seu objetivo.

4- Frustrações
Foi após um momento de infelicidade com o trabalho e a rotina que o casal começou a pensar em novos jeitos de ganhar a vida. Segundo o publicitário, a primeira reação quando estamos frustrados é reclamar. No entanto, desabafar, apesar de ser bom, não resolve o problema. A dica aqui é canalizar a sua insatisfação para criar um plano B e conseguir ter uma mudança.

5- Não aos bicos
Como a Jaqueline disse, vida de nômade digital não significa viajar fazendo bicos em países diferentes – não que isso seja algo errado. “Você continua sendo tão bem sucedido quanto antes na carreira, mas trabalhando em lugares inspiradores”, explica.

6- Digital
Quem quer viajar pelo mundo precisa, literalmente, desapegar dos bens materiais. Não tem como carregar todos os livros, roupas e objetos que você normalmente tem em casa em uma mala. Procure trocar o material pelo digital. “A gente tinha muitos livros, e não dava para carregar todos eles. Ainda bem que hoje existem os livros digitais”, afirma a tradutora.
Já quem possui uma casa, pode alugar ou vender o imóvel e investir o dinheiro.

7- Disciplina
Ser um nômade digital não significa que você não tem responsabilidades. Pelo contrário, para ser bem sucedido, é preciso se dedicar e ter disciplina para cumprir as metas. “Teve dia que a gente trabalhou 16 horas por dias, mas conseguimos dois dias livres para passear”, afirma Emerson.

8- Câmbio
O custo de vida em grandes cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, é altíssimo comparado a outros lugares. Um cálculo apresentado pelos Nômades Digitais mostra que é possível gastar metade em uma cidade desenvolvida da Tailândia, no caso Chiang Mai, com direito a praias paradisíacas, vivendo tão bem quanto um executivo na capital paulista.

Jaqueline lembra que é preciso incluir a passagem e estadia na conta, mas se for bem planejada é possível encontrar bons preços.

9- Filhos
Uma dúvida que os dois costumam ouvir é como adotar esse estilo de vida depois de ter filhos. Jaqueline afirma que, hoje em dia, a educação está muito estagnada e já existem várias de educar os filhos sem eles estarem na escola física. “A gente acha que uma das melhores formas de educar uma criança é estar perto dos pais e viajar o mundo”, dizem. E garantem que, muitas vezes, os filhos de nômades digitais são muito mais interessantes que as crianças “comuns”. “Imagina que você tenha um filho de cinco anos que viaja o mundo com você. Ele vai estar disparado à frente das crianças que vivem naquela vida ‘quadradinha’”.

Exemplos de que é possível 
O carioca Paulo del Valle é um “instagrammer profissional”. Ou seja, ele é contratado por empresas e órgãos governamentais que promovem destinos turísticos para ir até o local, tirar boas fotos e publicá-las pelo Instagram.

A profissão começou como um hobby, após estudar fotografia por contra própria, em livros e na internet. Ele recebeu um convite de uma “instagrammer profissional” australiana para viajar pela Austrália divulgando fotos dos destinos em seus perfis.

Outro jovem que também se destaca como nômade digital é Dan Cortazio. O empreendedor possui uma empresa no Brasil e outra no exterior de produção de sites e sua principal fonte de renda vem da audiência. Para garantir isso, ele gera conteúdo sobre o seu estilo de vida e os mais de 30 países que já conheceu.

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