Combustível começa a sair das distribuidoras em direção aos postos pelo país

Consumidores ainda sofrem com o desabastecimento e em alguma regiões motoristas passam a noite na fila em busca de gasolina ou etanol.

Estadão Conteúdo

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A greve dos caminhoneiros entra nesta terça-feira, 29, em seu 9º dia, após as concessões feitas pelo governo Michel Temer à categoria. Pelo País, representantes de governos e consumidores relatam a saída de caminhões-tanque de distribuidoras. No entanto, os consumidores ainda sofrem com o desabastecimento e em alguma regiões motoristas passam a noite na fila em busca de gasolina ou etanol.

Em São Paulo, o presidente do Sindicato de Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, afirmou à reportagem que alguns postos estão recebendo combustível.

Segundo ele, as entregas do combustível de “boa qualidade” foram feitas durante a madrugada sob escolta policial. “A entrega de combustível é mínima e não há previsão para normalizar a situação na cidade de São Paulo. Oitenta por cento da entrega do combustível é feita pelos caminhões das refinarias que só conseguem sair escoltados. Os outros 20% é feito por caminhoneiros que estão em greve ou com medo de piquetes”, explicou Gouveia.

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Interior

No interior de São Paulo, caminhões começaram a ser liberados pelos manifestantes no terminal de petróleo de Ribeirão Preto, na Rodovia Alexandre Balbo. O local estava bloqueado há nove dias e a medida vai permitir a chegada de combustível aos postos da região. Pelo menos 90% deles ainda estão sem etanol e gasolina.

Em Sorocaba, segundo a PM, foi feita a escolta de 46 caminhões abastecidos no terminal de Barueri, na Grande São Paulo. Para garantir que a maioria dos postos da cidade recebam o combustível, o abastecimento será feito em cotas pequenas.

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Postos de Campinas e Jundiaí também receberam combustível proveniente da Refinaria de Paulínia em veículos escoltados pela PM. Comboios do Exército estiveram na saída da refinaria, onde havia manifestação de caminhoneiros no acostamento da rodovia Zeferino Vaz (SP-332). Até mesmo caminhões sob escolta eram parados pelos manifestantes que exigiam comprovação de que se tratava de abastecimento para setores essenciais, como saúde e segurança.

Rio de Janeiro

Na capital fluminense, caminhões com combustível saíram sem escolta dos terminais que ficam na área da Refinaria Duque de Caxias (Reduc). A concentração de manifestantes nas imediações é bem discreta e não há impedimento para que os veículos sigam viagem.

A reportagem presenciou mais de dez partidas sem a presença de carros das forças de segurança, apesar de equipes da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal e do Exército estarem de prontidão. Uma equipe da Polícia Civil de Minas Gerais aguardava a saída de caminhões que foram abastecer no Rio de Janeiro.

Paralisação. De acordo com a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), cerca de 250 mil caminhões permaneciam parados nas estradas na segunda-feira, 28, o equivalente a 30% dos que vinham participando do movimento.

O governo federal identificou que esses caminhoneiros não seguem lideranças tradicionais e há pedidos difusos, que incluem a saída do presidente Michel Temer e do presidente da Petrobras, Pedro Parente, a intervenção militar no Brasil e a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato. “Virou uma situação sem controle”, admite o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo da Silva, conhecido como China. Fontes do governo federal informam que foram identificados pelo menos três grupos políticos “infiltrados” nas paralisações.