Saiba como organizar suas finanças em caso de desemprego

Por incrível que pareça, o desemprego cria um bom momento para reorganizar suas finanças

Júlia Miozzo

Orçamento: mulher observa contas e recibos

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SÃO PAULO – Um dos reflexos da crise pela qual o Brasil passa é o desemprego. Não são poucas as pessoas que deixaram de fazer parte do mercado de trabalho e, agora, passam por momentos de incerteza com suas finanças. Para este ano, a previsão é de que o índice do desemprego atinja os 10% ainda nos três primeiros meses do ano.

“No atual cenário, as empresas estão passando por uma série de dificuldades e reajustando seus custos. Nesse reajuste, os funcionários correm o risco de serem mandados embora”, analisa o professor da IBE-FGV e doutor em Finanças, Márcio Barros Souza.

Por incrível que pareça, esse é um bom momento para reorganizar suas finanças, criando um planejamento para não passar aperto após uma possível demissão.

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Confira as dicas de Márcio para organizar suas finanças:

Não dependa da rescisão
Quando alguém é demitido, pode retirar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), 40% de multa rescisória que a empresa paga e tem direito a alguns meses de segro desemprego. Embora seja uma quantia de dinheiro que possa ajudar, ela não vai te manter por muito tempo.

“O Fundo de Garantia normalmente é equivalente a um ano de trabalho. Se seu salário mensal é de R$ 5 mil e você trabalhou 10 anos, são R$ 50 mil. Somando mais 40% da multa, poderia chegar a R$ 70 mil, o que equivale a 15 meses de trabalho”, explicou o professor. Apesar de ser um valor alto, ele recomenta utiliza-lo para quitar dívidas mais importantes.

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Organize suas finanças e crie uma reserva de segurança
“Tenha um planejamento financeiro para segurar as pontas por, no mínimo, mais 12 meses”, disse Souza, que ainda reforça que essa estratégia deve ser praticada todo o tempo, não somente em momentos de crise. “O máximo que pode acontecer quando esta instabilidade econômica tiver acabado ou caso você consiga logo outro emprego, é que você terá um dinheiro extra para emergências ou algum investimento”, finalizou.

Seja qual for o método de controle – planilha, aplicativo para celular ou algum outro –, o recomendado é não deixar de anotar os gastos.

Analises os gastos e corte os excessos
Esse é um passo que, essencialmente, está ligado ao primeiro. Assim que você tiver um planejamento de gastos, poderá visualizar melhor para onde vai seu dinheiro.

A partir disso, você pode listar seus gastos necessários, como aluguel, conta de energia e telefone, etc. Os gastos desnecessários, que normalmente são os excessos que prejudicam seu orçamento, deverão ser eliminados quando identificados.

“Este é um bom momento para conseguir analisar se está gastando demais”, disse o professor.

Reconsidere os gastos necessários
Nem sempre os gastos que consideramos necessários são essenciais para o dia a dia. Alguns deles também podem ser cortados do orçamento. “Sempre há um reajuste que você pode fazer. Desde o descarte daquele produto desnecessário que compra no supermercado até a escolha de escola com mensalidade mais barata que tem a mesma qualidade de ensino para seu filho”, explicou Márcio.

Livre-se das dívidas
Em um planejamento financeiro, a prioridade sempre deve ser quitar todas as dívidas, da maior e com maior taxa de juros para a menor.

“Enquanto existirem dívidas pendentes, o dinheiro que está entrando por seus meses de trabalho deve ser direcionado para os gastos necessários e os pagamentos das contas, começando pelas mais caras”, explicou Márcio.

Não faça mais prestações
Fazendo prestações, principalmente se forem de longo prazo, é uma maneira de se endividar – e isso não pode acontecer em um momento de instabilidade. Por isso, a recomendação do professor é evitar mais compras e prestações.