Crise financeira dobrou o número de bilionários no mundo, diz relatório

Segundo organização não governamental, o número de bilionários dobrou desde 2008, início da crise financeira internacional

Luiza Belloni Veronesi

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 SÃO PAULO – Um relatório divulgado nesta quarta-feira (29) pela Oxfam – organização não governamental que desenvolve campanhas e programas de combate à pobreza – revelou que, desde o início da crise financeira internacional, em 2008, o número de bilionários quase dobrou em todo o mundo. No mesmo período, a desigualdade social também aumentou. 

O número de bilionários foi de 793 para 1.645 entre 2009 e 2014, de acordo com o estudo. “Crises como essa afetam, em geral, o lado mais frágil da corda”, disse o diretor da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst, à Agência Brasil. 

Para Ticehurst, entre as causas da desigualdade, que aumenta cada vez mais o fosso entre ricos e pobres, está o “fundamentalismo do mercado”, que promove um crescimento econômico que beneficia apenas uma elite pequena, deixando em situação ainda mais difícil os pobres.

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Em contrapartida da diminuição dos gastos com programas sociais por causa da recessão, as 85 pessoas mais ricas do planeta viram sua riqueza total crescer US$ 668 milhões por dia entre 2013 e 2014, ou cerca de meio milhão de dólares por minuto. 

Segundo a organização, uma medida que pode ajudar a amenizar o problema de desigualdade social é o combate efetivo à sonegação fiscal, principalmente das grandes corporações multinacionais e das pessoas mais ricas do mundo. “Uma alíquota de imposto de apenas 1,5% sobre a fortuna dos bilionários do mundo poderia arrecadar o suficiente para colocar todas as crianças na escola e fornecer assistência à saúde nos países mais pobres”, sugere o relatório. “Não é que sejamos antimercado, mas é justamente o extremo do fundamentalismo de mercado o que tem criado essa explosão de desigualdade. Por esse motivo nossa campanha tem o nome Equilibre o Jogo. O desafio é encontrar um equilíbrio, onde todos possam ganhar. Não apenas os superricos”, disse Ticehurst à Agência Brasil.