Estado americano cria polêmica ao instituir “imposto sobre pobreza”

Kansas limitou o saque usando o cartão do benefício em US$ 25, obrigando quem recebe o dinheiro a fazer mais saques do que antes

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O estado americano do Kansas implantou uma medida que, efetivamente, é um imposto de pouco mais de 20% sobre o dinheiro que famílias pobres recebem do governo – a Bolsa-Família norte-americana. E pior: esse dinheiro não vai para o governo novamente, vai para bancos privados que instalam máquinas de saques. 

A nova medida, mostra a Al-Jazeera, limita o saque usando o cartão do benefício em US$ 25, obrigando quem recebe o dinheiro a fazer mais saques do que antes – mas não limitando a quantidade de saques de cada um. Só que existe uma taxa por saque de US$ 4,35 e a maioria dos caixas não possuem notas de US$ 5 – trazendo o limite para US$ 20.

“Está totalmente desconectado da realidade das pessoas. A maior parte das despesas das pessoas que recebem é aluguel. Então eles vão ir diversas vezes sacar o dinheiro do aluguel. É uma lambança”, afirma Elizabeth Lower-Basch, diretora do Clasp (Centro de Lei e Política Social). 

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A justificativa da lei, aprovada na câmara estadual dominada por republicanos, é para fazer as pessoas “saírem dos benefícios sociais e trabalharem”. Deputados afirmam que “há grandes chances de ter sucesso na empreitada”. 

Uma lei federal impede que as pessoas usem os benefícios sociais em bebidas, jogos de azar ou entretenimento adulto. Alguns estados – não o Kansas – proibem o uso para compra de armas, tatuagens ou piercings. Massachussetts proibe a compra de jóias ou viagens.