Lâmpadas fluorescentes duram menos e gastam energia em excesso, diz Proteste

Além de queimar antes do previsto, todas as lâmpadas testadas pela Proteste deixaram a desejar em relação à capacidade de iluminação

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Muitos consumidores dão preferência às lâmpadas fluorescentes por gerar uma significativa redução na conta de luz. Porém, elas duram bem menos tempo do que o informado na embalagem, perdem rápido a luminosidade e gastam energia em excesso, revelou um estudo da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).

A Proteste analisou oito marcas de lâmpadas fluorescentes compactas de 15W – o equivalente à lâmpada incandescente de 60W. Das oito marcas avaliadas, a associação não recomenda a compra de cinco.

Segundo o órgão, os problemas já começaram na análise da embalagem. “Apesar de todas as marcas avaliadas terem as informações obrigatórias nos rótulos, algumas embalagens informavam um falso período de durabilidade. A lâmpada Orolux, por exemplo, diz durar sete anos. Mas as análises mostraram que, ao acendê-la e apagá-la 10 vezes ao dia, não duraria sequer dois anos”, constatou o estudo.

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O teste dos ciclos de acendimento, em que cada lâmpada foi programada para acender e apagar 20 mil vezes, ficando três minutos acesa e cinco minutos apagada, também mostrou problemas: todas as marcas queimaram muito antes do tempo Ao transformar os ciclos em anos de uso, os técnicos verificaram que as lâmpadas Osram, Golden, Kian e Ourolux duram menos de dois anos, se ligadas e desligadas 10 vezes por dia.

“Se ligada e desligada quatro vezes por dia, a Osram dura apenas três anos e oito meses. As marcas Golden, Kian e Ourolux, duram de quatro anos e três meses a quatro anos e oito meses. A Sylvania foi a que apresentou maior durabilidade – 8 anos, para quatro ciclos diários de acender e apagar”. Na Europa, as lâmpadas equivalentes resistem até 50 mil ciclos, sem queimar.

Capacidade de iluminação
Além de queimar antes do previsto, todas as lâmpadas testadas também deixaram a desejar em relação à capacidade de iluminação. Segundo o estudo, ao final de duas mil horas de funcionamento, o quanto de luminosidade cada lâmpada perdeu, tornando-se mais fraca. As marcas Golden, Kian, FLC e Ourolux tiveram o pior desempenho, com perda de 15% da luminosidade. A menor redução foi a da Empalux, com 11,31%.

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Eficiência e qualidade
Na avaliação da eficiência energética, foi constatado que as lâmpadas FLC, Golden, Sylvania, Ourolux gastam mais energia elétrica para produzir a mesma quantidade de luminosidade. As marcas Osram, Empalux e Tashibra foram as únicas a apresentarem boa economia de energia.

Na análise da quantidade de luz produzida, o desempenho de todas as marcas são próximos, mas a Golden, Kian, Ourolux e Sylvania ainda deixaram a desejar. Quanto maior a quantidade de luz, melhor. Significa que ilumina bem o ambiente. Quanto à segurança, porém, todas as marcas testadas se saíram bem nesta análise. 

As lâmpadas testadas foram: Osram Energy Saver, Empalux Super Compacta, Tashibra, FLC, Sylvania Mini-Lynx Tripla, Kian, Ourolux e Golden.

Posicionamento
Procurada pelo Portal InfoMoney, a Ourolux informou que o produto testado pela Proteste deixou de ser comercializado em 2012, sendo substituído por uma nova linha que atende a portaria atual do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Já a assessoria de imprensa da Taschibra afirmou que  a lâmpada que foi submetida aos testes da Proteste obteve excelente resultado e foi aprovada com segurança nas normas brasileiras. 

Em comunicado, a FLC ressalta que a Proteste utilizou lotes antigos das lâmpadas. “O teste da revista Proteste foi realizado com base na Portaria 489, porém com lâmpadas que seguem as especificações da Portaria 289, do Inmetro, em vigor até junho de 2013. Novos produtos já estão sendo distribuídos no mercado, com tecnologia ainda mais avançada e eficiente, de acordo com as determinações da Portaria 489.”

A Golden afirmou seu compromisso com a qualidade de suas lâmpadas comercializadas e disse que, atualmente, há dois tipos de certificação com normas diferentes, uma de 2006 e outra de 2010, da portaria do Inmetro. Ela discorda dos testes. “O que percebemos no teste foi que a lâmpada ensaiada não condiz com a atual portaria (2010), e sim corresponde à antiga norma de 2006. Não estamos de acordo com a publicação, para que seja válida a lâmpada de teste deve estar de acordo com a atual portaria.”

“Desde janeiro de 2013 a Golden tem total adequação nos produtos para atender a norma de 2010”, finalizou a assessoria de imprensa da Golden.

Até o fechamento desta matéria, a Kian, Osram, Empalux e Sylvania não se manifestaram sobre o assunto.