2 em cada 10 inadimplentes ficaram com nome sujo por dívidas que não eram suas. Entenda

O dilema de quem empresta o nome a terceiros é compreensível, mas a situação raramente termina bem

Weruska Goeking

Publicidade

SÃO PAULO – Entre os brasileiros que estão negativados ou estiveram nessa situação nos últimos 12 meses, 17% chegaram a esse ponto por emprestarem o nome para terceiros, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). A maior parte do dinheiro foi para amigos (31%) e irmãos (22%).

Apesar dos transtornos gerados, 24% voltaram a emprestar o nome a outras pessoas. Apesar dessa prática não ser considerada adequada para as finanças, mais da metade dos entrevistados (51%) afirmou que o principal motivo para emprestar seus dados, cartão ou cheque foi o de ajudar.

Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, o dilema de quem empresta o nome a terceiros é compreensível, mas a situação raramente termina bem: “É difícil dizer não a amigos ou parentes, mas é preciso lembrar que talvez essa pessoa esteja pedindo ajuda porque não pode comprovar sua renda ou então porque não conseguiu pagar uma dívida anterior. Seja qual for o motivo, o risco de que não consiga honrar o compromisso sempre existe”, afirma.

Exclusivo para novos clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

De acordo com o levantamento, a principal justificativa de quem não devolveu a quantia que pegou emprestado é a falta de dinheiro (33%), já em 19% dos casos a pessoa desapareceu e não tem como ser cobrada. A relação pessoal ficou abalada em pelo menos 69% desses casos.

Apesar dos transtornos gerados pela atitude de emprestar o nome para terceiros, 24% dos entrevistados que fizeram isto voltaram a emprestar o nome a outras pessoas, principalmente para evitar mágoas, segundo 11% dos entrevistados.

Vignoli conta as sanções que o inadimplente poderá sofrer ao ter seu nome negativado:

Continua depois da publicidade

– O inadimplente não pode financiar veículo ou imóvel, fazer um empréstimo, adquirir cartão de crédito e contratar serviços como plano de TV por assinatura ou celular pós-pago;

– Não há garantias legais para quem empresta o nome. A dívida, perante a justiça, pertence a quem emprestou e não a quem realizou a compra de produtos ou serviços;

– A inadimplência pode causar danos emocionais e prejuízos à saúde física, incluindo estresse, alterações no sono e no apetite, entre outras consequências;

– O inadimplente pode ser acionado judicialmente, o que resultará em custos processuais, além da dívida propriamente dita.