Desemprego deve substituir inflação como vilão no consumo das famílias, diz CNC

Ao longo das seis quedas seguidas no ICF até julho, a inflação foi a maior vilã na queda da intenção de consumo

Estadão Conteúdo

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O fantasma do desemprego deverá trocar de lugar com a inflação no rol de responsáveis pela queda no consumo das famílias neste ano, movimento já esperado por vários economistas. A avaliação é da economista Juliana Serapio, da equipe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que anunciou nesta terça-feira, 21, uma queda de 5,3% na Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de julho na comparação com junho, registrando 86,9 pontos.

Ao longo das seis quedas seguidas no ICF até julho, a inflação foi a maior vilã na queda da intenção de consumo. “A inflação deverá estar melhor no segundo semestre. No primeiro semestre, tivemos o efeito dos reajustes de preços administrados”, disse Juliana, referindo-se, sobretudo, aos reajustes da conta de luz.

A questão, destacou a economista, é que a inflação e a elevação dos juros já vinham afetando negativamente o consumo das famílias desde o ano passado, mas o aumento do desemprego se apresenta como novidade deste ano. “Este ano, o componente novo é o desemprego. Até o ano passado, ele não estava no radar”, completou Juliana.

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Isso se reflete nos diferentes componentes do ICF. Os de melhor desempenho, mesmo que no terreno negativo, são os relacionados ao mercado de trabalho e renda. O índice de Emprego Atual registrou em julho queda de 2,9% ante junho e de 13,5% sobre julho de 2014, para 111,9 pontos. Já o índice de Perspectiva Profissional caiu 3,6% ante junho e 12,0% sobre julho do ano passado, para 103,7 pontos. Por fim, o índice de Renda Atual ficou em 104,8 pontos, quedas de 4,2% ante junho e de 23,1% sobre julho de 2014.

“Eles ainda estão no patamar positivo, mas estão em queda desde o início do ano”, afirmou Juliana. Pela metodologia do ICF, leituras acima de 100 pontos são consideradas positivas e as que ficam abaixo, negativas. A tendência, segundo a economista da CNC, é que esses componentes sigam na trajetória de queda, entrando no terreno negativo, no qual o ICF geral já está: os 86,9 pontos são a mínima histórica do indicador, cuja série começa em 2010.

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