Com Selic mais alta, saiba como ficam as dívidas com empréstimos e cartões de crédito

Estimativa mostra que o momento é de cautela para o consumidor que pretende contrair dívidas

Nara Faria

Ilustração mostra mulher diante de contas a pagar

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SÃO PAULO – A elevação da taxa básica de juros (Selic) de 10% para 10,5% ao ano anunciada pelo Banco Central  acende o sinal amarelo para os endividados. A taxa de juros ficam mais caras para as principais linhas de crédito.  

“A falta de preocupação com os juros poderá ocasionar sérios problemas com as dívidas e inadimplência no futuro, pois é isso que ocasiona a bola de neve que acaba com as finanças das famílias”, alerta Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da Dsop Educação Financeira e Editora Dsop. 

O ciclo de alta iniciado em maio do ano passado levou a taxa média de juros no Brasil a subir 3,25% em um ano. A taxa passou de 7,25% ao ano em janeiro de 2013 para os 10,5% ao ano atuais.

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Para ter uma referência do que este aumento representa para o consumidor, o educador Reinaldo Domingos elaborou cálculos considerando uma dívida fictícia de R$ 1.000,00 para diferentes linhas de crédito. 

Para fazer os cálculos foi considerado um prazo de pagamento de 12 parcelas com uma média dos juros cobrados pelo mercado nos dois períodos. Vale mencionar que o cálculo não considera taxas de abertura de crédito ou outras que podem vir a ser cobradas por cada banco. Além disso, como corresponde a uma média do mercado, a taxa de juros apresenta alterações para mais ou para menos de banco para banco.

Para esta estimativa, foram executados os cálculos comparativos para quatro linhas de crédito: empréstimo pessoal, empréstimo consignado, cheque especial e dívida no cartão de crédito. Constatou-se um aumento do valor cobrado de juros superior a 30% para todas as linhas, com o empréstimo pessoal apresentando a maior elevação, de 46%.

Comparativo de juros pagos em janeiro de 2013 e janeiro de 2014
Linha de crédito Janeiro de 2013 Janeiro de 2014 Aumento
Empréstimo pessoal 

Valor empréstimo: R$ 1.000  
*Taxa de juros: 3,5%
Parcela: 12
Prestação: R$ 103,48 

Valor final: R$ 1.241,81
Valor juros: R$ 241,81

Valor empréstimo: R$ 1.000
*Taxa de juros: 5%
Parcela: 12
Prestação: R$ 112,83

Valor final: R$ 1.353,90
Valor juros: R$ 353,90

R$ 112,10
46%

 Empréstimo consignado

Valor empréstimo: R$ 1.000
*Taxa de juros:  2%
Parcela: 12
Prestação: R$ 94,56 

Valor final: R$ 1.134,72
Valor juros: R$ 134,72

Valor empréstimo: R$ 1.000
*Taxa de juros: 2,7%
Parcela: 12
Prestação: R$ 98,67 

Valor final: R$ 1.184,06
Valor juros:  R$ 184,06 

R$ 49,34
37%

 Cheque especial

Valor empréstimo: R$ 1.000
*Taxa de juros: 7%
Parcela: 12
Prestação: R$ 125,90 

 Valor final: R$ 1.510,82
Valor juros:  R$ 510,82

Valor empréstimo: R$ 1.000
*Taxa de juros: 9,7%
Parcela:R$ 144,61
Prestação: R$ 144,61 

Valor final: R$ 1.735,36
Valor juros: R$ 735,36

R$ 224,54
44%

 Dívida cartão de crédito

Valor empréstimo: R$ 1.000
*Taxa de juros: 10%
Parcela: 12
Prestação: R$ 146,76 

Valor final: R$ 1.761,16
Valor juros: R$ 761,16

Valor empréstimo: R$ 1.000
*Taxa de juros: 13,5%
Parcela: 12
Prestação: R$ 172,81

Valor final: R$ 2.073,74
Valor juros: R$ 1.073,74

R$ 312,58
41%

* Os cálculos das taxas de juros correspondem a uma média dos valores cobrados no mercado, podendo variam para mais ou para menos de banco para banco.
** os cálculos não consideram taxas de abertura de crédito ou outras que poder ser cobradas em cada banco  

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Livre-se das dívidas
Para evitar que o aumento das taxas de juros influenciem cada vez mais no orçamento familiar, o consultor financeiro orienta o consumidor a procurar formas de combater o endividamento.

O pagamento de juros deve ser evitado e para isso é preciso criar o hábito e costume de poupar antes de gastar. “Quando entramos no endividamento mesmo que com taxas de juros menores, gastamos mais dinheiro e certamente com isto deixamos de realizar outros desejos e necessidades”, afirma o consultor.

Já para quem não está endividado, mas quer entrar em uma linha de parcelamento, empréstimo ou financiamento é o momento de pensar melhor antes de cair nesse rumo, já que o aumento da taxa de juros deixa esses mais caros, forçando o consumidor a comprar menos e, com isso, evitando uma pressão inflacionária. Para ele, com os juros mais altos, as compras desenfreadas que as pessoas estão expostas atualmente tendem a reduzir.