Saiba por que a classe C prefere a poupança e ainda está longe de fundos e CDB

"A poupança é uma aplicação muito conhecida e difundida por ser simples e isenta de taxas e impostos", diz educador financeiro

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A Classe C ainda está longe de aplicações como fundos de investimentos e até mesmo do CDB (Certificado de Depósito Bancário) e a caderneta de poupança ainda reina como favorita entre estes investidores com renda de R$ 800 até R$ 4 mil.

A constatação parte de um estudo recente do Instituto de Pesquisas Fractal. De acordo com o levantamento, 44,6% dos investidores desta faixa de renda aplicam suas economias na caderneta de poupança. Já os fundos de renda fixa representam 1% das aplicações, um pouco acima do CDB (0,8%) , dos fundos DI (0,7%) e dos fundos de ações (0,3%).

Para o educador financeiro Conrado Navarro, esta é uma questão cultural. “A caderneta de poupança é uma aplicação muito conhecida e difundida por ser simples e isenta de taxas e impostos. Basta ter uma conta corrente e a poupança também será criada, sem custo adicional e sem necessidade de compreender sua lógica de funcionamento”, aponta.

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Poupança é mesmo a mais indicada?
Na opinião do educador financeiro, para quem está começando a investir e ainda dispõe de valores muito pequenos, a poupança pode ser uma boa opção. “Sua facilidade permite que investir seja algo simples, o que facilita o aprendizado e a criação do hábito de poupar”, diz.

Entretanto, ele ressalta que, com a alteração da remuneração da poupança e com as taxas de juros em patamares menores, o brasileiro precisará entender que rentabilidade com risco baixo (o que ocorreu em nossa história de renda fixa recente) não será mais a realidade dos investimentos.

“Juros baixos significarão rentabilidades menores em aplicações conservadoras e, assim, o investidor terá que destinar parte de seu dinheiro para investimentos mais arrojados, onde destacam-se os fundos multimercado, a renda variável e até mesmo a possibilidade de empreender (ter o próprio negócio)”, diz Navarro.

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O professor de economia da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), José Eduardo Balian, concorda. “É um bom momento para as pessoas começarem a pensar em outras oportunidades de investimentos”, afirma. Para aqueles que investem em fundos, ele ressalta que será cada vez mais importante pesquisar por taxas mais em conta. Outra boa opção podem ser os títulos do Tesoro Direto. “É uma alternativa interessante, principalmente pensando no longo prazo”, conclui Balian.

Entenda as novas regras
Pelas novas regras da poupança – que passaram a valer no dia  de maio – , toda vez que a Selic (taxa básica de juro) cair para 8,5% ao ano ou menos, a poupança passa a remunerar seus aplicadores com 70% da Selic ao ano mais TR (taxa referencial). Quando a Selic estiver acima de 8,5% a.a., a regra permanece a mesma: TR mais 0,5% ao mês.

Isso quer dizer que, sempre que a Selic estiver em um patamar mais baixo, os investidores da caderneta de poupança terão sua rentabilidade reduzida. De acordo com o Ministério da Fazenda, se a Selic cair para 8,5% ao ano, o rendimento mensal da poupança ficará em 0,48% mais TR. Em um cenário em que a taxa básica recuar para 8% a.a, a rentabilidade passa a ser de 0,46% ao mês mais TR e, a cada corte, ficará ainda menor. Atualmente, a Selic está em 9% ao ano.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip