Ciro Gomes avança em união da esquerda e ameaça planos de Geraldo Alckmin

Desde que Joaquim Barbosa deixou a disputa, ex-governador cearense foi quem mais ganhou politicamente, em intenções de voto e em perspectiva de costura de alianças

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Enquanto a principal candidatura na centro-direita no momento patina no aquecimento para a corrida presidencial, o ex-governador cearense Ciro Gomes é a bola da vez na centro-esquerda. Desde que o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa anunciou que não irá participar das eleições em outubro, foi ele quem mais ganhou politicamente — em intenções de voto e em perspectivas de costura de alianças.

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Pesquisa CNT/MDA divulgada na última segunda-feira mostra que Ciro Gomes tem algo entre 9% e 12% das intenções de voto nos cenários em que a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é considerada. Em março, o ex-ministro tinha desempenho entre 8,1% e 9%.

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Do lado das alianças, a saída de Barbosa ajudou a “empurrar” o PSB em direção à candidatura do pedetista. Lideranças socialistas do Nordeste veem com bons olhos a possibilidade de arranjos com Ciro, nome forte na região e que poderia oferecer maior estrutura a estratégias políticas estaduais. A exceção ficaria com o governador paulista Márcio França, que quer apoiar Geraldo Alckmin. Uma saída possível no partido seria 

Como se não bastassem esses movimentos, Ciro tem avançado até mesmo no PT. Com as remotas chances de Lula conseguir participar da corrida presidencial de outubro, algumas lideranças do partido já pressionam para uma rediscussão de estratégia. Para governadores nordestinos da legenda, uma aliança com Ciro pode representar saída interessante ao partido.

“Para Alckmin, é péssima notícia uma união das esquerdas. Ele, por um lado emparedado por Marina e Ciro, terá de disputar votos de direita com Jair Bolsonaro, candidato bom de briga”, observou a equipe de análise política da XP Investimentos.

“Sempre nos pareceu impossível uma aliança Ciro, PT e PSB com Lula solto. Com Lula preso, um mês atrás considerávamos difícil. O cenário mudou, e agora há atores importantes do PT atuando pela formação desta aliança. Some-se a isso a não-oposição de Haddad de ocupar a vice de Ciro, e aí temos os ingredientes todos para uma aliança possível de ser concretizada”, avaliaram os especialistas.

Para eles, a tendência dos próximos dias é um noticiário mais favorável a Ciro Gomes do que a seus adversários na corrida presidencial.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.