Joesley diz em delação que pagou mesada de R$ 50 mil a Aécio durante dois anos

Pagamento teria ocorrido por meio de uma rádio da qual o senador era sócio, informa a Folha; defesa do tucano nega as acusações

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O empresário Joesley Batista disse que pagou durante dois anos uma mesada no valor de R$ 50 mil para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirma o jornal Folha de S. Paulo citando depoimento prestado pelo dono da J&F à PGR (Procuradoria Geral da República). A acusação consta no complemento da delação premiada entregue pelo empresário à PGR.

Os pagamentos, segundo Joesley, foram solicitados diretamente pelo senador em um encontro no Rio de Janeiro, no qual Aécio disse que usaria o dinheiro para “custeio mensal de suas despesas”. Os pagamentos eram feitos através de uma rádio, da qual o parlamentar era sócio.

Joesley entregou à PGR 16 notas fiscais emitidas entre 2015 e 2017 pela rádio Arco Íris, afiliada da Joven Pan em Belo Horizonte – a JBS aparece nas notas como empresa cobrada. Os documentos têm como justificativa a prestação de “serviço de publicidade” e trazem na descrição que o valor mensal era de “patrocínio do Jornal da Manhã”, um dos programas da emissora. A soma das notas indica o pagamento de R$ 864 mil.

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Joesley disse em depoimento não saber se um serviço de publicidade foi prestado pela rádio. Mas reforçou que o objetivo era repassar R$ 50 mil com intuito de manter um bom relacionamento com o tucano, que foi candidato à presidência em 2014 e poderia voltar a concorrer em 2018.

O primeiro pagamento registrado é de julho de 2015, mais de um ano depois do início da Operação Lava Jato. O último, de junho de 2017, momento em que a delação da JBS já tinha vindo a público e a irmã de Aécio, Andrea, e o primo, Frederico Pacheco, já tinham sido presos.

Ao jornal, o advogado de Aécio Neves, Alberto Toron, disse que Joesley se aproveita de uma “relação comercial lícita” para “forjar mais uma falsa acusação”. Ele confirmou a relação financeira entre a JBS e a rádio Arco Íris e negou que Aécio tenha solicitado recursos para despesas pessoais. 

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“O senador jamais fez qualquer pedido nesse sentido ao delator, da mesma forma que, em toda a sua vida pública, não consta nenhum ato em favor do grupo empresarial”, disse Toron por meio de nota. 

Segundo Toron, o relato é mais uma demonstração de má-fé e desespero do delator. “A afirmação do delator de que não sabia se os serviços teriam sido prestados demonstra o alcance da sua má-fé, já que bastaria uma consulta ao setor de comunicação das suas empresas para constatar que os serviços foram correta e efetivamente prestados”, informou.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.