Imprensa internacional vê reviravolta extraordinária e até fim da carreira política de Lula após decisão do STF

Publicações pelo mundo repercutiram decisão do STF de negar habeas corpus do ex-presidente

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Um dos nomes da política brasileira mais conhecidos no exterior, Lula foi destaque na imprensa internacional em meio ao seu mais recente revés com a derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), que negou o pedido de habeas corpus, deixando-o mais perto da prisão.

Para o britânico The Guardian, a decisão do Supremo  “é um sério golpe para a sobrevivência política do primeiro presidente da classe trabalhadora do Brasil”. O jornal vê a decisão do STF como “um movimento que provavelmente encerra sua carreira política e aprofunda as divisões” ocorridas no Brasil desde o impeachment de sua sucessora e afilhada política, Dilma Rousseff, em 2016. A reportagem detalha o julgamento, que durou mais de nove horas, a história política do ex-presidente e sua trajetória de operário ao poder no país. A publicação ressalta ainda que a decisão do Supremo “marca uma extraordinária reviravolta de eventos para o político mais popular do Brasil”. 

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O francês Le Monde afirma, em sua manchete, que a decisão do STF fragiliza a esquerda brasileira. A reportagem também menciona a biografia de Lula e diz que o PT planeja que o ex-prefeito Fernando Haddad seja o sucessor político. Segundo o jornal, Lula e Haddad são como Lionel Messi e Luís Suarez, do Barcelona, afinados em campo. O também francês Le Figaro foi mais direto e disse em seu título: “Lula nas portas da prisão”. 

Na manchete do alemão Deutsche Welle, o destaque é para o julgamento e os protestos. A reportagem informa que houve manifestações favoráveis e contrárias a Lula em vários locais do Brasil. O texto diz também que o general Eduardo Villas Boas se manifestou a favor da rejeição do habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente.

O New York Times trouxe a manchete “Lula, ex-presidente do Brasil, pode ser preso, define Tribunal”. A reportagem disse que coube ao Supremo responder uma pergunta crucial, “em que ponto no processo de apelação o réu pode ser preso?”, classificando a decisão como “explosiva”. 

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Já o Washington Post retratou a pressão contra e a favor o habeas corpus de Lula, nas dez horas de julgamento, e destacou o voto de Carmem Lucia: “”A falta de culpabilidade penal tornaria impossível para o Estado responsabilizar as pessoas, e isso pode levar à impunidade”.

O The Wall Street Journal, por sua vez, apontou que o “caso dividiu o país e colocou a prova, três décadas de democracia”. 

NBC News, uma das principais emissoras de TV aberta dos EUA, também repercutiu a divisão da sociedade brasileira sobre o caso e disse: “O principal tribunal do Brasil decide que o ex-presidente Lula pode ser preso por corrupção”. A emissora disse que o país continua “profundamente dividido”, depois do impeachment de Dilma Rousseff, em meio ao que chamou de “recessão paralisante” e um grande escândalo de corrupção.

A capa do site da Rede CNN destacou: “Ex-presidente Lula da Silva perde luta para adiar prisão”.  A matéria publicada relembrou a trajetória de Lula como presidente, assim como recordou a operação Lava Jato.  A CNN também fez uma retrospectiva do caso perante os tribunais, com as apelações da defesa de Lula.

Os jornais argentinos colocaram na capa e com destaque de fotografias e detalhamentos o julgamento no Supremo. O conservador La Nación diz que a decisão do Supremo “sacudiu o tabuleiro do Brasil”, enquanto o jornal de esquerda Pagina 12 classificou de “golpe judicial” na manchete: “O Povo Brasileiro tem o direito de votar em Lula”.

Jornal de maior circulação na Argentina, o Clarín observa como “dramática definição” a decisão do STF e afirma que há uma “incerteza política” no vizinho e principal parceiro comercial da Argentina.  

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.