Se Alckmin não crescer, sombra de Doria pode voltar a ganhar força para presidência, diz pesquisador

Para Marcelo Souza, diretor do instituto MDA Pesquisa, o tucano deverá enfrentar grandes problemas nessas eleições

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – As dificuldades de Geraldo Alckmin em crescer nas pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial podem gerar uma nova onda de ameaças à sua candidatura dentro de seu próprio partido. Acostumado a vencer disputas na base do “resta um”, o tucano terá de provar competitividade para evitar a sombra de outras possíveis candidaturas a ocupar o espaço da centro-direita no jogo pela sucessão de Michel Temer. Por mais que hoje o governador seja considerado o nome mais forte nesse espectro, nada impede que alternativas voltem a ganhar força neste ambiente ainda marcado por incertezas.

É o que aponta Marcelo Souza, diretor do instituto MDA Pesquisa. Na última edição do programa Conexão Brasília, ele chamou atenção para o risco de fragmentação do centro e os inúmeros desafios que o pré-candidato do PSDB terá de enfrentar ao longo do processo. “O centrão já andou junto em algum momento e hoje está bem fragmentado. Não sei se hoje vão conseguir se unir. Imagino que, com os nomes que estão colocados, não vão se unir de forma tão fácil. É preciso ver que caminho que vão chegar a partir do momento em que os meses vão passando”, observou.

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“Alckmin hoje vai enfrentar grandes problemas nessas eleições. Era para ele ter muito mais intenção de voto do que tem. Em 2006, quando foi candidato a presidente, começou a campanha em fevereiro/março com 20% das intenções de voto, e hoje patina de 6% a 9%. É preciso entendermos também o contexto em que o PSDB está inserido e as diferenças de 2006 para agora. Hoje vemos um partido com uma rejeição muito mais alta”, explicou o especialista.

Ele lembra que, em São Paulo, Alckmin hoje tem 18% das intenções de voto em um cenário com o ex-presidente Lula, que teria 15%, enquanto o deputado Jair Bolsonaro lidera com 21%. Sem o líder petista, o governador pula para a dianteria, tecnicamente empatado com o ex-capitão do Exército, em um placar de 22% a 21%. O desempenho é considerado fraco para o tucano em seu estado. Como se não bastasse, fora do estado de São Paulo, Alckmin tem apenas 5% das intenções de voto, segundo o pesquisador.

“É preciso estar bem em casa primeiro para depois poder tentar conquistar votos em outros locais. E foi o que aconteceu com Aécio Neves na última eleição. Se tivesse vencido em Minas Gerais, hoje ele seria nosso presidente”, lembrou Souza. Outra adversidade a ser enfrentada pelo tucano nestas eleições é a perda de força em solo mineiro, com a debacle que sofreu Aécio. Qualquer candidato do PSDB não terá vida fácil naquele que é o segundo maior colégio eleitoral do país.

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Em meio a todas essas barreiras ao governador paulista, o especialista não descarta a possibilidade de novos voos de figuras como o prefeito João Doria, apontado hoje como candidato tucano a sucessor de Alckmin no Palácio dos Bandeirantes.

“Acho que Doria pode ter um papel mais relevante. Se, de fato, ele se desincompatibilizar da prefeitura [até 7 de abril, conforme determina a legislação eleitoral], buscando uma vaga para governador, automaticamente vai estar livre para tapar um buraco de Alckmin na corrida pela presidência. Imagina Alckmin, daqui a 2 meses, quase chegando nas convenções, com 10%, 11% ou 12%. E aí? O que vão fazer? Essa dinâmica do PSDB está muito complicada”, avaliou.

“Alckmin não avançando pode até mesmo provocar uma uma pressão no próprio PSDB para implodir sua campanha e tentar um fator surpresa com outro candidato. Isso são tudo especulações de momento. Não temos nenhum nome”, disse Souza. Questionado sobre a possibilidade de voltar a incluir o nome do atual prefeito paulistano nas pesquisas presidenciais, o pesquisador disse que as situações são avaliadas caso a caso.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.