Por que Maia reagiu tão mal às 15 medidas do governo, sendo que é favorável a elas?

Rodrigo Maia surpreendeu integrantes da equipe econômica, enquanto busca distanciamento do governo Michel Temer

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio à intervenção no Rio de Janeiro, o governo praticamente engavetou a reforma da previdência e anunciou uma pauta prioritária do governo com 15 medidas. Contudo – e surpreendendo até integrantes do governo – o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou o pacote. 

Em um novo capítulo da disputa pelo protagonismo na área econômica, Maia, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto, afirmou que desconhece a lista elaborada pela equipe do presidente Michel Temer e afirmou que não vai dar prioridade para as matérias tramitarem na Câmara. “Não conheço os 15 projetos, nem li, nem vou ler.” O presidente da Câmara também afirmou  que só será possível votar em março “um ou dois” projetos do pacote.  “O anúncio foi precipitado, sem um diálogo mais profundo, essa não será a pauta da Câmara. Nós vamos pautar o que nós entendemos relevante, no nosso tempo”, apontou. 

Segundo o Valor Econômico, além de marcar posição de independência da Câmara, ao defender uma agenda própria, que é mais abrangente do que as 15 medidas, as declarações de Maia também foram interpretadas por parlamentares como mais um sinal de distanciamento em relação ao presidente Michel Temer por causa da eleição. 

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Mesmo com os baixos índices de aprovação, Temer tem se articulado para tentar buscar a reeleição. A intervenção no Rio de Janeiro, estado do presidente da Câmara, sem que ele tivesse sido consultado previamente, foi um desses passos. Já Maia trabalha para se viabilizar como candidato de centro-direita, com apoio dos partidos da base do governo. E, com o fim das negociações para aprovar a reforma previdenciária, esses atritos devem se ampliar, segundo aliados de Maia.  

As declarações de Maia de ontem causaram surpresa na área econômica do governo, segundo o jornal, citando fontes que relataram que, na reunião de ontem, Maia não teria feito qualquer gesto contrário ao anúncio e mostrou até disposição de dar andamento à pauta de medidas, que, já estava, em sua grande maioria, em tramitação no Parlamento. 

Entre os projetos estão iniciativas defendidas pelo próprio presidente da Câmara, como a privatização da Eletrobras, novas regras para distrato de contratos, regulamentação de pagamentos acima do teto remuneratório do serviço público (de R$ 33,7 mil) e a autonomia do Banco Central (BC).

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.