Há uma chance para Temer conseguir adiar a Previdência para novembro (e conseguir aprová-la)

Tudo dependerá de quem será o presidente a ser eleito 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ontem, o governo divulgou ontem o déficit recorde R$ 268,8 bilhões nas contas da Previdência em 2017 (INSS e servidores da União), o que é mais um alerta para a importância da aprovação da reforma.

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Contudo, conforme aponta o jornal O Estado de S. Paulo, o resultado pouco deve influenciar o quadro de ceticismo com a aprovação, em fevereiro, da proposta de reforma nas regras de acesso à aposentadoria. 

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Com isso, ganham cada vez mais forças as especulações de que o governo prepara o terreno para adiar a votação, desta vez para novembro. A ideia seria pautar a votação logo após a eleição, caso não seja aprovada no mês que vem. O discurso é que, em novembro, há a perspectiva de que uma janela se abra em função do fim do mandato de deputados e senadores que não temerão mais um julgamento popular. Seria o quinto adiamento da votação da reforma desde que a proposta foi encaminhada ao Congresso, no final de 2016. Contudo, informa o Estadão, na área técnica,  poucos acreditam na aprovação antes do próximo governo.

Já a consultoria de risco político Eurasia Group destacou em nota que é possível a votação em novembro. Contudo, dependerá exclusivamente de quem for eleito: “Temer não terá a margem de manobra para impulsionar esta reforma sem o apoio tácito do presidente eleito”, apontam os analistas políticos.

Em carta de estratégias, a Rio Bravo Investimentos ainda fez o alerta, ao destacar que o “grid de largada” para as eleições se mostra incerto por várias razões. “Não se sabe se Lula estará na cédula, mas sua ausência não
vai desorganizar a esquerda. Não se sabe se o centro se aglutinará em torno de Geraldo Alckmin, em aliança com Henrique Meirelles, ou seja, com o MDB e PSD. Talvez não. E há outros candidatos que podem surpreender, entre os quais o controvertido Jair Bolsonaro. O momento econômico ajudará a diminuir dúvidas sobre juros e câmbio, mas os assuntos pertinentes ao ajuste fiscal e às reformas liberais vão fazer a diferença”, apontam os gestores.

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Com o cenário conturbado para a eleição, a reforma da previdência também ganha mais um elemento de incerteza. 

Agora ou para fevereiro?

Mas, mesmo com uma ala próxima de Temer já admitindo que a votação deve ficar para depois das eleições, o presidente relatou a interlocutores diretos que é melhor colocar em votação em fevereiro “mesmo que para perder”, diz o Estadão. O discurso de agora é o mesmo de dezembro passado, quando o Planalto até o último momento insistiu na votação da reforma em 2017, mesmo com o risco de perder no plenário, até que o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR) entrou em campo e anunciou o adiamento. 

De qualquer forma, a questão popular segue sendo essencial para a aprovar ou não a reforma. Segundo o Estadão, deputados de partidos da base governista afirmam que, ao contrário do que diz o Palácio do Planalto, a população resiste à reforma da Previdência e admite que essa pressão tende a pesar no voto caso o tema seja colocado em votação no plenário da Câmara em fevereiro. Assim, a questão da comunicação segue sendo crucial. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.