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SÃO PAULO – Apesar dos esforços observados nos últimos dias, o governo não conseguiu o apoio necessário para votar em primeiro turno, no plenário da Câmara dos Deputados, a proposta de reforma da Previdência. A missão, que já era difícil antes do recesso parlamentar da próxima semana, fica ainda mais complexa em fevereiro do ano que vem, quando o mundo político estará concentrado nas movimentações pré-eleitorais. Pautas impopulares terão cada vez menos espaço na ordem do dia das casas legislativas.
A decisão procrastinatória tomada em conjunto pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), além do próprio governo federal, ocorre após alguns partidos da base aliada (PMDB, PTB, PPS e PSDB) conseguirem fechar questão a favor da reforma, embora sem compromisso explícito de punição aos infiéis. No caso mais recente, o PSDB oficializou apoio ao que corresponde também a uma de suas bandeiras históricas. Mesmo assim, acreditava-se que a legenda não seria capaz de entregar muito mais do que 30 votos em um universo de 46 possíveis. O que indica que os esforços dos partidos surtiram resultados insuficientes para viabilizar o avanço da reforma.
O resultado foi o que já havia sido apontado por este portal na semana passada, quando agentes econômicos se animaram com o anúncio do próximo 18 de dezembro como data para a votação da reforma previdenciária pelo governo. Na ocasião, analistas políticos já alertavam para as dificuldades com quórum na última semana de trabalhos legislativos antes do recesso parlamentar, além da própria falta de votos favoráveis ao governo, o que naturalmente culminaria na procrastinação. Agora, a situação fica delicada para uma das principais pautas da gestão Michel Temer.
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Em caso de fracasso da reforma previdenciária, o analista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores, sustenta que todos os candidatos governistas poderão sofrer algum impacto negativo. Isso porque a possibilidade de retomada mais expressiva da economia pode ser inviabilizada, o que conduziria o favoritismo à oposição. Vale lembrar que a um ano das eleições, os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são da oposição: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (à esquerda), o deputado federal Jair Bolsonaro (à direita) e a ex-ministra Marina Silva (ao centro).
No campo situacionista, embora o quadro geral seja de um ambiente menos favorável do que poderia ser, dos nomes mais considerados o maior prejudicado seria o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Sem uma resposta mais favorável da economia, seu nome torna-se aposta impossível, sobretudo quando se observa o elevadíssimo índice de reprovação popular.
Além disso, com o anúncio de fechamento de questão tucano hoje, cresceu a possibilidade de contra-ataque de membros do PSDB aos ataques sofridos dias antes. Agora, é a vez do tucanato apontar para Meirelles e dizer que o PSD, partido do ministro, sequer conseguiu fechar questão a favor da reforma. Na semana passada, foi o economista que criticou a rebeldia tucana e disse que Alckmin não será o nome apoiado pelo governo nas eleições presidenciais.
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