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SÃO PAULO – O colunista da Forbes Kenneth Rapoza, que já se mostrou pessimista outras vezes sobre a aprovação da reforma da previdência no Brasil, foi mais incisivo nesta segunda-feira (11) em artigo para o site da revista americana. Segundo ele, será um “milagre” reviver o projeto de reforma até o fim do ano, lembrando um levantamento recente feito pelo jornal O Estado de S. Paulo que mostra que o governo de Michel Temer ainda está longe dos votos para a aprovação para a reforma.
E, de acordo com ele, esse não deveria ser um choque para os observadores do Brasil nesta altura do campeonato. “Com as eleições para o próximo ano, poucos deputados gostariam de enfrentar retornar aos seus estados de origem dizendo aos seus eleitores que: a) terão de trabalhar até a casa dos 60 anos e b) o seu plano de previdência do governo deve ser esvaziado”.
“A incapacidade de Temer de convencer o seu partido [PMDB] e a legenda pró-mercado PSDB a votar a reforma deve ser vista como um fracasso. Temer não está em reeleição. Ele não tem nada a perder. Seu partido, por outro lado, tem a perder”, aponta Rapoza, que também destaca que o PSDB não parece ter vontade política para consertar agora o sistema previdenciário desatualizado.
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O sistema é desatualizado, aponta o colunista, porque diversos funcionários públicos se aposentam na casa dos 50 anos, muitos deles com aposentadoria quase integral. “A maioria acredita que isso é insustentável. O Brasil não tem a demografia para fazer essa cobertura, que se destina principalmente a políticos e seus funcionários, membros do judiciário, professores, policiais e militares. Os funcionários do setor privado são deixados de lado para contribuir e receber de volta pequenos benefícios, semelhantes aos dos funcionários do setor privado aqui nos EUA”, aponta o colunista.
Olhando para esse cenário, Rapoza ressalta que os investidores continuam a diminuir as suas expectativas sobre a reforma. “Eles estão mais conscientes para desistir disso e ficam agradavelmente surpreendidos se alguma coisa acontecer antes das eleições do próximo ano. Eles estão melhor apostando em bitcoin”, finaliza o colunista, ao destacar o investimento na moeda digital.
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