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SÃO PAULO – A escolha do delegado Fernando Segóvia para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF), um cargo importante para a Operação Lava Jato, em substituição a Leandro Daiello, gera apreensão em grupos do órgão, conforme apontam os jornais desta quinta-feira.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, às vésperas da escolha, integrantes graduados da Polícia Federal diziam que Segóvia não era “o nome certo” e que, se fosse o eleito, deveria chegar sabendo que o modo como a PF opera hoje “está enraizado e não vai mudar”.
Agora que ele foi escolhido, a ordem nos grupos contrários à sua nomeação é “recolher as armas e monitorar”, para ver como Segóvia leva as negociações com os policiais federais.
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Jornais de ontem destacaram que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, foi um dos principais fiadores da indicação do nome. Segundo a Folha, Padilha fez seu mais forte apelo para a escolha de Segóvia nas horas seguinte à Operação Tesouro Perdido, que encontrou cerca de R$ 51 milhões em um apartamento na Bahia atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).
Interlocutores do ministro afirmam que ele argumentava que era a hora de mudar o perfil da PF e encarou o episódio que ligava a fortuna a Geddel como “uma espécie de gota d’água. Na cúpula da Polícia, as articulações de Padilha foram compreendidas como se ele estivesse com receio de onde as investigações poderiam chegar. O ministro negou que indicou Segóvia para o cargo.
Já o Estadão destaca que o novo diretor-geral da Polícia Federal frequenta a casa do ministro Augusto Nardes, do TCU. O ministro é alvo de inquérito sobre esquema no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Ao jornal, Nardes afirmou: “na minha casa eu recebo todo mundo. Não tenho preconceito contra ninguém. Você pode ir lá também. Sou um homem público, faço eventos lá. O Segóvia foi, o Torquato Jardim (Justiça) também”. Segundo a publicação, foi Nardes quem levou o nome de Segóvia para o ministro Eliseu Padilha, que convenceu o presidente Michel Temer a nomeá-lo.
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