Por que o Brasil se divide entre a prisão ou a presidência para Lula? Agência internacional responde

Em matéria desta sexta-feira, Associated Press destaca algumas hipóteses para esse cenário

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em publicação desta sexta-feira (3), o jornal americano “The Washington Post”, através da agência Associated Press, destacou pesquisa Datafolha em que aponta: o Brasil está dividido sobre o destino político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto metade dos brasileiros querem que Lula vá para a cadeia, outra metade mostra propensão em colocá-lo de volta ao Planalto. 

Esses sentimentos de divisão agora ressaltam uma questão importante à medida que as pré-campanhas começam a ganhar força, diz o Washington Post: afinal, Lula poderá concorrer?

“Se Lula concorrer ou não, isso fará toda a diferença nas próximas eleições”, afirmou Carlos Melo, professor de ciência política do Insper para o jornal. “Contudo, mesmo que ele estiver preso, não estará fora da corrida, pois quem ele apoia pode ser um candidato competitivo”.

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Conforme aponta a publicação americana, com liderança em todas as pesquisas, Lula está fazendo campanha em todo o Brasil enquanto apela contra a condenação em primeira instância. Caso a sua sentença for confirmada, ele poderia ir para a prisão e seria impedido de correr. Caso a condenação seja derrubada, não quer dizer que o jogo esteja vencido: ele ainda enfrenta outros processos que poderiam interferir em sua campanha. 

Enquanto a candidatura de Lula segue em dúvida, os candidatos ficam atentos em como se posicionar dependendo do destino legal do ex-presidente. Além disso, também há dúvidas sobre se o próprio PT tem um Plano B. “A candidatura de Lula é irreversível”, disse a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann. Já Ciro Gomes, candidato à presidência, discorda. “O Partido dos Trabalhadores terá um candidato, mas não será Lula”, disse ele recentemente, lembra o jornal. 

A publicação ressalta que Lula tem 30% das intenções de voto para 2018, segundo o Datafolha, enquanto Jair Bolsonaro, o seu adversário mais próximo, tem cerca de 20%. A pesquisa também indica que o petista venceria todos os adversários em um segundo turno, com exceção de um empate com Sérgio Moro, o juiz que o condenou, mas que repetidamente disse que não vai concorrer apesar de ser saudado por muitos brasileiros como um herói. Enquanto isso, 54% dos brasileiros entrevistados disseram acreditar que o ex-presidente iria para a prisão.

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Para o Washington Post, no geral, a pesquisa aponta que Lula se tornou mais popular desde que foi considerado culpado. Segundo Glesi Hoffman, isso se deve à baixa aprovação do presidente Michel Temer. “As pessoas olham para Temer e pensam em todas as coisas boas que Lula fez no governo. A diferença é surpreendente. E as pessoas perceberam o quão politizadas são as investigações contra ele”, disse ela.

Outro fator que alimenta a liderança do petista é a divisão entre adversários que não se uniram em torno de um candidato “anti-Lula”, aponta a publicação. O PSDB está dividido entre dois possíveis candidatos: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que perdeu para Lula na eleição presidencial de 2006 e do ??prefeito de São Paulo, João Doria. Até agora, ambos estão com menos de 10%.

Contudo, aponta a publicação, dependendo da decisão da segunda instância, a candidatura do petista pode entrar em colapso. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.