A cartada de Rodrigo Maia para o DEM ocupar os espaços deixados pelo PSDB na política

Partido do atual presidente da Câmara dos Deputados busca ocupar a centro-direita, ancorado em uma espécie de liberalismo econômico e conservadorismo nos costumes

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Em meio à aproximação da janela de migração partidária antes da corrida eleitoral, o Democratas avançou nas negociações para inflar sua bancada no parlamento. Conforme conta a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, o partido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), conseguiu equacionar uma disputa interna e agora espera abrigar nove dissidentes do PSB. Com a iniciativa, a sigla cresceria em quase 1/3 em relação aos atuais 29 deputados que hoje possui.

Caso tal movimento se confirme, o DEM saltará para o posto de quinta maior bancada da Câmara, empatado com o PSD, e superando PSB e PR. Maior bancada da casa, o PMDB, partido do presidente Michel Temer, conta com 61 deputados. A sigla alimentou atritos com o presidente da Câmara quando atrapalhou nas primeiras negociações do DEM com dissidentes socialistas. À época da filiação do senador Fernando Bezerra Coelho e seu filho, Fernando Bezerra Coelho Filho, atualmente no Ministério de Minas e Energia, ao PMDB, Maia proferiu duas críticas à cúpula do partido de Temer e ministros do palacianos.

Ainda de acordo com a coluna da Folha de S. Paulo, o DEM tem pronto um esboço do manifesto que vai nortear sua refundação. A ideia da legenda é apresentar-se como alternativa aos extremos. Na economia, defenderá reformas e estímulos ao empreendedorismo. No campo social, defenderá a educação, pasta hoje comandada por um de seus quadros, o ministro Mendonça Filho. Também consta da agenda do partido a preocupação com segurança pública.

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A ofensiva do DEM para inflar sua bancada é um importante movimento no xadrez político para ocupar os espaços deixados pelo PSDB, profundamente rachado por suas crises internas. O partido de Maia deverá buscar ocupar o campo da centro-direita, ancorado em uma espécie de liberalismo econômico e conservadorismo nos costumes. Tal pauta também é almejada por alguns caciques do PMDB, o que poria as duas legendas em rota de colisão.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.