Da trégua entre os Poderes à censura na reforma política: a análise da semana em Brasília

O programa Conexão Brasília é transmitido às sextas-feiras, a partir das 14h45; assista

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A guerra fria entre STF (Supremo Tribunal Federal) e Senado Federal chegou quase ao ponto da deflagração de uma verdadeira crise institucional, mas a diplomacia falou mais alto e o mundo político decidiu adiar novamente a votação que decidiria sobre o futuro de Aécio Neves (PSDB-MG), afastado de suas funções legislativas e pela primeira turma da corte, que também determinou sua reclusão noturna. Os magistrados agora têm a chance de evitar de vez um confronto mais duro, embora o tiroteio entre os Poderes persista.

Passada a rodada de aprovações da reforma política no parlamento aos 45 do segundo tempo, o presidente Michel Temer deverá fazer uso do poder de veto para ajustar as medidas aprovadas pelos deputados e senadores. Uma delas seria o artigo que institui um tipo de censura a manifestações políticas de eleitores e publicações da imprensa em sites e redes sociais. Caso não faça isso, o peemedebista abrirá caminho para o início da intervenção do Judiciário nos termos aprovados pelo mundo político. A reforma contou com a aprovação de uma cláusula de desempenho gradativa, a vigorar a partir de 2019, e o fim das coligações em eleições proporcionais, que valerá apenas no pleito municipal de 2020. Os parlamentares também encontraram uma solução para a motivação central da reforma que conduziram: o financiamento das campanhas.

Por falar em eleições, outro assunto que dominou o noticiário político da semana foi o mais recente levantamento feito pelo instituto Datafolha para a corrida presidencial. A pesquisa revelou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue com vantagem expressiva contra seus adversários. Nos cenários em que seu nome é considerado, Lula tem percentual de votos entre 35% e 36%, o dobro do registrado pelo segundo colocado, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que oscila entre 16% e 17%, tecnicamente empatado com Marina Silva (Rede), com percentual que varia entre 13% e 14%. O mesmo levantamento, contudo, mostrou que 54% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente deveria ser preso.

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Para analisar estes e outros eventos que marcaram a semana no mundo político, o programa Conexão Brasília desta sexta-feira (6) recebeu, no estúdio da InfoMoneyTV, o jornalista José Márcio Mendonça, blogueiro do Na Real, e o analista político Paulo Gama, da XP Investimentos.

Assista pelo vídeo abaixo:

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.