Sexo, bebidas, fofocas e delação ameaçada: ouça a íntegra do áudio de Joesley e Saud

Na noite de terça-feira, o ministro do STF, Luiz Edson Fachin, derrubou o sigilo da conversa, revelando tudo daquele encontro entre os dois

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Nos últimos dias, uma nova “bomba” atingiu o mundo político brasileiro com a revelação de um novo áudio (ouça acima na íntegra) envolvendo os executivos da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, que colocou em risco o próprio acordo de delação dos dois. Na noite de terça-feira (5), o ministro do STF, Luiz Edson Fachin, derrubou o sigilo da conversa, revelando tudo daquele encontro entre os dois.

Entre muita bebida e ao som e Ivete Sangalo, os executivos falaram de suas vidas pessoais e dos esquemas que tinham para atrapalhar as investigações e saírem impunes de tudo isso. Em várias partes das conversas, Joesley e Saud falam sobre o ex-procurador Marcello Miller, que trabalhou com Janot por três anos e deixou a PGR em abril deste ano para atuar no escritório de advocacia Trench Rossei e Watanabe, que atende a JBS.

Enquanto os dois escutam as notícias da Operação Carne Fraca, Joesley resolve dar um conselho a Saud sobre como contar à família o que estavam prestes a fazer. “A realidade é: Nós não ‘vai’ ser preso. Vamos fazer tudo, mas nós não vai ser preso”. Joesley vai ao banheiro e o gravador continua. Abre a porta e fala: “É f., ô Ricardo, só tem um louco dentro do planeta Terra para fazer o que faço. Sabe quem é, né? Eu”.

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Na sequência, eles começam a falar sobre mulheres. “Sabe, eu sou louco por ela, é meu número.” O papo avanço e a voz dos delatores vai mudando de tom. “Nós ‘vai’ acabar virando amigo do Janot (procurador-geral Rodrigo Janot).” Joesley solta a língua e faz mais uma revelação ao amigo: “Eu ando invocado de comer uma velha por aí. Acho que vou comer umas duas velhinhas de 50. Casadinhas.”

Mais tarde, a voz pastosa de Joesley revela um desafio que fez a um subordinado. Ou ele saía com uma mulher até o domingo próximo ou ele ia “fazer o serviço”. Sexo e corrupção se misturam e Joesley afirma: “Eu já arrumei um ‘viado’ para dar para quem precisa.”

No fim, Joesley ainda expõe sua teoria sobre “a verdade”. “A verdade dói, Ricardo, mas não ofende. Dói, o cara fica puto, mas no fundo sabe o que ele fez.” Joesley explica que não tem raiva de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, que decidiu delatar o pagamento de propina para a liberação de recursos. “Ele falou a verdade. Não tenho raiva dele.” O empresário se lembra da Bíblia: “É bíblico, a verdade te liberta. Ricardo, eu tô dormindo melhor do que antes”.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.