Lula se compara a Tiradentes e diz não ser o problema do Brasil: “se fosse, me matava”

Em discurso em Salvador, o petista também afirmou que está sofrendo uma "perseguição"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O primeiro discurso da caravana pelo Nordeste de Lula foi marcado por frases marcantes do ex-presidente. Em Salvador (BA), o petista se comparou a Tiradentes e disse não ser o problema do Brasil. 

“O problema [para os adversários] não é o Lula, são os milhares de brasileiros que tem consciência política. Se o problema fosse eu, eu me matava”, afirmou, Ele ainda disse que não quer ser “nenhum revolucionário, mas um despertador de consciências”.  

Ao traçar o paralelo com Tiradentes, Lula contou a luta de Inconfidência Mineira, em meio aos protestos para mandar menos recursos para a coroa portuguesa. “Esse cidadão [Tiradentes], em 1792, foi enforcado. Além disso, foi esquartejado, cortaram a carne e salgaram. Isso para que ninguém nunca mais ousasse gritar pela independência. Mas em 1822, a independência foi conquistada. Não importa se foi um acordo, um conchavo. Aí vem a proclamação da República. E eles fizeram ver que não tinham referência heroica. E quem eles vão buscar? Aqueles que eles mataram em 1792. Foi a mesma elite que foi pegar esse amaldiçoado para garantir apoio do povo à Proclamação”, afirmou.

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 O petista  também afirmou que está sofrendo uma “perseguição”: “eles pensam que me incomodam, e às vezes incomoda, mas não estou com medo do que está acontecendo comigo. Mas [estou com medo] dos milhões de crianças que estão ficando desnutridas no Brasil, do Brasil ter voltado ao mapa da fome”. 

Ele ainda fez críticas a o vereador de Salvador Alexandre Aleluia (DEM), que moveu ação popular pedindo a suspensão da entrega de um título de doutor honoris causa da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) a ele. O pedido foi acatado pela Justiça. 

 “Eu queria apenas falar para esse vereador, que eu não conheço, que ele tem o direito de não gostar de mim. E quem é do DEM não precisa gostar de mim, porque eu não gosto deles. E não por questão pessoal, mas por divergência ideológica, concepção de política e de inclusão social. Agora o que ele não sabe é que para mim era importante, mas eu já recebi da universidade a decisão que eu era dono de título”, disse, citando que vale mais “o reconhecimento”, afirmou.

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Confusão

Vale destacar que, na noite de ontem, policiais militares precisaram fazer disparos de arma de fogo para conter uma confusão entre apoiadores do ex-presidente e integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua em Salvador. 

Cerca de 20 manifestantes anti-petistas foram até o estádio da Fonte Nova, onde Lula participou do primeiro ato da caravana de 25 dias pelos nove Estados do Nordeste, para protestar contra Lula. Eles levaram o boneco inflável Pixuleco, usado nas manifestações pelo impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff em 2015 e 2016. Em número muito superior, apoiadores de Lula que foram à Fonte Nova prestigiar o ex-presidente partiram para cima dos adversários e rasgaram o boneco. Houve um princípio de confusão e a Polícia Militar, que fazia a segurança do evento, tentou apartar os manifestantes. Um policial sacou uma pistola e fez três disparos para cima.

(Com Agência Estado) 

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.