The Economist: investidores acham que pior já passou no Brasil – mas muita coisa pode dar errado

Matéria ressalta retomada do mercado e as máximas do Ibovespa, mas aponta para riscos que Temer irá enfrentar e que pode abalar a bolsa

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Brasil voltou a ser destaque na edição da The Economist nesta semana, que nesta quinta-feira (17) publicou um texto mostrando a confiança do investidor no Brasil, verificada principalmente pela retomada do Ibovespa aos níveis próximos aos de maio. Mas, segundo a publicação, muitos problemas ainda podem surgir para abalar a bolsa novamente.

O texto começa lembrando que o Brasil deu início à recuperação após sua mais longa recessão. Mas pondera que a taxa de desemprego do País está em 13%, com o déficit chegando a quase 9% do PIB, enquanto a queda na arrecadação fez o governo elevar a projeção do tombo fiscal para este e o próximo ano. “Mas os mercados parecem imperturbáveis”, diz a Economist.

De acordo com o texto, “um certo otimismo é baseado em uma convicção de que, após uma queda tão longa, uma recuperação não pode estar longe”. A publicação lembra que os preços das commodities estão em alta, o que ajuda o Brasil, um dos maiores exportadores do mundo, principalmente de soja e minério de ferro.

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A The Economist lembra ainda da queda da Selic, da aprovação da reforma trabalhista e da derrubada da denúncia contra Temer na Câmara, fatores que trouxeram grande alívio para o mercado nas últimas semanas. “Se espera uma recuperação robusta acima de tudo na promessa de Temer de levar os gastos públicos sob controle”, completa a publicação.

Por outro lado, a matéria reforça que o caminho ainda será muito complicado para Temer. Antes de sair do cargo, em 17 de setembro, é provável que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente uma segunda denúncia contra o presidente.

Mas mais que isso, Temer precisa se preocupar com as delações premiadas, em especial a de Eduardo Cunha, que sempre foi próximo do peemedebista. “Se ele citar Temer em irregularidades, alguns dos congressistas que apoiaram o presidente na última votação podem mudar de lado”, ressalta o texto.

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Outro ponto é se o próximo presidente dará continuidade às reformas que Temer está tentando implantar. “As últimas pesquisas levaram Luiz Inácio Lula da Silva, um ex-presidente que supervisionou um grande aumento nos gastos públicos, à frente de outros prováveis ??candidatos. Ele é seguido por Jair Bolsonaro, um congressista de extrema direita que admira a antiga ditadura militar”, diz a Economist. “Não seria considerado amigável ao mercado”, diz a matéria.

“Temer espera que a reforma da Previdência possa ajudar a salvar sua reputação. Mas ele está em uma corrida contra o tempo”, alerta a publicação. “Os mercados estão apostando que Temer, um consumado negociador, pode reunir apoio suficiente para sua agenda fiscal. Mas isso está longe de ser certo”, conclui a Economist.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.