Alta de imposto já gera efeito colateral e pato “volta às ruas” – mas mais elevações estão no radar

Fiesp e outras entidades empresariais mostraram indignação com a medida - mas Câmara já espera por novas altas

Lara Rizério

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SÃO PAULO –  O aumento das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis, anunciado no final da tarde de ontem, já suscitou diversas reações entre entidades empresariais, gerando os tais “efeitos colaterais”.  Ao comentar, em nota, o aumento do imposto, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestou indignação com a medida e comentou que a elevação da carga tributária vai agravar a crise num momento em que a economia dá sinais de recuperação.

“Nesta semana, ficamos indignados com o anúncio da alta de impostos sobre os combustíveis”, afirmou Skaf. Com questionamentos direcionados ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o conteúdo da nota poupa de críticas o presidente Michel Temer (PMDB), aliado de Skaf.

“Ministro, aumentar imposto não vai resolver a crise; pelo contrário, irá agravá-la bem no momento em que a atividade econômica já dá sinais de retomada, com impactos positivos na arrecadação em junho”, assinala o presidente da Fiesp. “Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo”, acrescenta.

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Nesta manhã, a Fiesp voltou a expor o pato amarelo inflável, um dos principais símbolos das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), em sua sede em São Paulo, na Avenida Paulista, 1313, como protesto ao aumento.

A Federação das Indústrias do Rio, Firjan, também fez críticas, reforçando sua posição de que a saída para a crise fiscal “não passa por mais aumento de impostos, mas na adequação dos gastos públicos ao novo cenário econômico e na urgência da aprovação da reforma da Previdência”. A área econômica do governo anunciou mais cedo nesta quinta-feira, 20, o aumento das alíquotas do PIS/Cofins sobre os combustíveis para tentar arrecadar R$ 10,4 bilhões a mais neste ano. Em nota, a Firjan destaca que o País precisa de reformas, e não de mais impostos. “Além de um teto para os gastos, o Brasil necessita de um teto para os impostos”, diz a nota. 

Na Argentina, Temer tentou contemporizar a alta do PIS/Cofins, ao afirmar “que as pessoas vão compreender o pequeno aumento de impostos porque é fiscalmente responsável”. “A população vai compreender porque este é um governo que não mente, não dá dados falsos. É um governo verdadeiro, então, quando você tem que manter o critério da responsabilidade fiscal, a manutenção da meta, a determinação para o crescimento, você tem que dizer claramente o que está acontecendo. O povo compreende”, afirmou.

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Enquanto isso, também em Mendoza, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que, “no momento”, a elevação do PIS/Cofins é suficiente e que, “em última análise”, todas as medidas econômicas são “para beneficiar bolso do cidadão”. “Certamente (o aumento pesa no bolso do consumidor), mas, por outro lado, pesa no bolso do cidadão quando o juro é mais caro, quando em função do déficit publico a inflação é maior”, disse o ministro.

Apesar de Meirelles negar uma nova alta, a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, informa que a Câmara dos Deputados já espera que governo aumente ainda mais impostos. Segundo a reportagem, lideranças próximas do governo falaram sobre o tema com a equipe do presidente. 

Assim, apesar das resistências, uma alta de impostos segue no radar – ainda mais se as receitas frustarem novamente. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.