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SÃO PAULO – O governo se preparava para comemorar uma de suas raras vitórias nos últimos dias nesta terça-feira (11), data em que se esperava concluir a tramitação da reforma trabalhista com aprovação do projeto de lei pelo plenário do Senado Federal. Seria um pequeno alento em meio ao avanço da denúncia apresentada pelo procurador-geral Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer e o relatório duro lido pelo deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ). Mas realmente não contava que um gesto simples da oposição, taxado por muitos como infantil, pudesse trazer tamanho contratempo.
Desde o meio-dia, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), acompanhada das senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), se recusa a levantar da cadeira de comando da mesa diretora do plenário da casa legislativa e obstrui a sequência dos trabalhos. Naquele momento, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), suspendeu a sessão, desligou os microfones e apagou as luzes, deixando o plenário dizendo que “nem na ditadura” esse tipo de coisa era feita.
O fato de uma manobra simples de senadores opositores provocar tamanho contratempo ao governo expõe sua situação de fragilidade, ainda que aliados possam driblar a obstrução imposta e concluir a votação do projeto de lei da reforma trabalhista ainda nesta noite. As expectativas eram de que a base governista contasse com cerca de 48 votos.
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O episódio deixa um sabor amargo na boca do presidente Michel Temer, que, de alguma maneira, observava avançarem as articulações de partidos da base na substituição de membros titulares da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados para construir uma maioria capaz de aprovar relatório alternativo ao lido pelo deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) ontem no colegiado. Um texto favorável ao peemedebista poderia diminuir as reduzir as chances de derrota no plenário da casa legislativa.
Enquanto se noticia que bancadas de deputados avançavam para fechar questão a favor de Temer, um motim de três senadoras impõe um novo contratempo a um governo, que mesmo quando tem maioria não consegue fazer valer sua força política.
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