“Deixa elas lá comendo marmita”, diz Eunício sobre ocupação de senadoras no Plenário

"Nesses três dias não é possível que não saiam de lá", disse ele ao Estadão em meio a protestos de senadoras contra texto da reforma trabalhista

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Mesmo com os microfones desligados e as luzes do plenário apagadas, as senadoras de oposição que ocuparam a Mesa do Senado permanecem no local para tentar impedir a votação da reforma trabalhista. O presidente da Casa, Eunício Oliveira, foi impedido de presidir a sessão que iria analisar a proposta. 

Umas das alternativas é a transferência da sessão para o Auditório Petrônio Portela, também, no Senado. No entanto, um grupo de sindicalistas protesta no local contra a reforma e contra o governo Michel Temer. E, segundo afirmou Eunício à Coluna do Estadão, ele não vai transferir a votação da reforma trabalhista do plenário para um auditório na Casa. 

O presidente do Senado disse que vai aguardar que as senadoras desistam de permanecer  na Mesa da Casa para que possa retomar a sessão do plenário. “Jamais eu faria isso (transferir a sessão para o auditório). Isso abriria um precedente. Deixa elas lá comendo marmita. Nesses três dias não é possível que não saiam de lá”, disse ele ao jornal.

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Participam do protesto as senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Ângela Portela (PT-ES), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice de Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Kátia Abreu (PMDB-TO).

 Segundo Eunício afirmou ao jornal, o objetivo das senadoras é que ele acione a polícia do Senado para que elas sejam retiradas à força, mas que não irá cair nessa provocação. “Nunca”.

Ele ainda disse que “lamenta profundamente” o ato da oposição porque ele poderia ter votado a reforma antes, mas concedeu cinco sessões de discussão. “A oposição personificada num grupo de senadoras conseguiu hoje o que nem a ditadura havia conseguido: cobriu o Senado de vergonha. Ao tomar a Mesa atentaram contra a democracia. Pode fazer barulho, gritar, é do jogo. Mas ocupar a Mesa e impedir os trabalhos não pode”, disse ele.

Já o senador Jorge Viana (PT-AC) disse que o impasse se deve à forma com que o governo está conduzindo as reformas no Congresso. “É uma atitude de um grupo de senadoras. É isso que dá esse impasse que o Brasil está vivendo. É claro que não é bom, mas, por outro lado, como é que pode se fazer uma reforma trabalhista sem que o Senado possa alterar um inciso, um artigo de uma lei que é tão importante para todo mundo?”, avaliou.

Ele afirmou que as senadoras da oposição aceitam sair da mesa do Senado se um item da reforma trabalhista for destacado, o da mulher grávida ou lactante em lugar insalubre. Viana afirmou que se está fazendo um trabalho de mediação respeitando a posição política e que trabalha para a sessão voltar às 16h, que é o horário da ordem do dia.

(Com informações da Bloomberg e Agência Brasil)

 

 

 

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.