Quem sobreviverá ao “abandono político do Brasil”? The Economist já aponta um sério candidato para 2018

Novato na política, o prefeito de São Paulo João Doria é apontado como um forte candidato às eleições presidenciais de 2018 em meio à crise política 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em artigo da edição do último final de semana, a revista britânica The Economist citou o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) como um “sério candidato” às eleições presidenciais de 2018.

Na notícia, que leva o título “Quem vai sobreviver ao abandono político do Brasil?” (em tradução livre), Doria é classificado como workaholic que dorme pouco, com charme de comunicador profissional e ar metrossexual. Ele também é comparado ao presidente americano Donald Trump, uma vez que ambos se tornaram conhecidos por apresentarem o programa de televisão “O Aprendiz”. 

A publicação britânica ressalta a breve e bem-sucedida trajetória política do prefeito paulistano que, com discurso de que não é político, mas sim gestor, venceu a eleição de 2016 para a prefeitura de São Paulo no 1º turno. Enquanto isso, o cenário é de abatimento dos principais quadro políticos nacionais, abrindo margem para recém-chegados na política. 

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Segundo a Economist, a possibilidade de Doria ser candidato em 2018 “diz muito sobre a maneira pela qual as investigações de corrupção e a quebra econômica derrubaram a classe política”. Entre os implicados em investigações, a revista  cita a condenação do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, as acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contra o senador Aécio Neves (PSDB) e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Além disso, destaque para a investigação contra o presidente Michel Temer após a delação da JBS. 

Em um cenário de abatimento da classe política como o atual, a The Economist aponta para o risco de que a eleição de 2018 se torne uma disputa entre outsiders, com o risco de um candidato populista explorar o vácuo político. 

 Geraldo Alckmin, governador paulista classificado publicação de “poderoso e moderado” e “mentor político de Doria”, é apontado também como candidato a 2018. Mas a revista destaca que “quase todos os que estiveram na política por algum tempo correm o risco de serem incluídos no escândalo porque as doações não declaradas eram a regra”. 

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“Este é o motivo para Doria, que é um ‘insider’ e um novato político, ter uma chance, embora suas credenciais possam ser frágeis”, afirma, apontando que o mesmo pode acontecer com outros políticos novatos que ainda não têm uma impressão no cenário nacional.

Doria destacou o artigo em suas redes sociais, mas sem mencionar as eleições do ano que vem: “mais um excelente artigo em publicação internacional, dessa vez na Revista The Economist. Seguimos com nosso trabalho sério e convictos que estamos apenas no início de uma longa caminhada rumo a uma cidade melhor e mais digna para os paulistanos”.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.