Presidente? Joaquim Barbosa fala em “revolução silenciosa” e não descarta candidatura em 2018

"Eu não os invejo [ministros], eu não gostaria de estar aqui na Corte neste momento cataclísmico. Eu só diria o seguinte, o Brasil precisa muito dos senhores"

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa disse nesta quarta-feira (7) que o Brasil “precisa muito” dos ministros da Corte. A declaração ocorreu durante uma solenidade de aposição de fotos de ex-presidentes do tribunal, evento tradicional na Corte.

Durante seu discurso, ao comentar sua condução como relator da Ação Penal 470, o processo do mensalão, Barbosa disse que o combate à corrupção se deve a decisões tomadas no passado pela Corte. Na avaliação dele, o atual momento político do país é uma “revolução silenciosa”.

O jurista afirmou ainda que, enquanto o STF tomava decisões “ousadas”, “de vanguarda”, em muitos casos, tinha posição contrária à expressa pela sociedade brasileira. “Mas nós não pensávamos nisso. Fazíamos o que achávamos que deveria ser feito”. Segundo Barbosa, foi justamente essa “revolução silenciosa” que conduziu ao “turbilhão” por que passa o país neste momento.

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Em pouco mais de cinco minutos de discurso, após a inauguração de seu retrato na Galeria de Presidentes do Supremo, Barbosa brincou ao dizer que não inveja os atuais ministros. “Eu não os invejo [ministros], eu não gostaria de estar aqui na Corte neste momento cataclísmico. Eu só diria o seguinte, o Brasil precisa muito dos senhores. O Brasil precisa muito desta Corte”, disse.

Candidatura

Após a solenidade, Barbosa admitiu para a imprensa no local a possibilidade de se candidatar à Presidência da República. O ex-ministro disse que está refletindo sobre o assunto e que não ignora as pesquisas eleitorais, tendo já conversado, inclusive, com a ex-ministra Marina Silva (Rede) e o PSB.

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“Eu sou um cidadão brasileiro, um cidadão pleno, há três anos livre das amarras de cargos públicos, mas sou um observador atento da vida brasileira. Portanto, a decisão de se candidatar, de me candidatar ou não, está na minha esfera de deliberação. Só que eu sou muito hesitante em relação a isso. Não sei se decidirei positivamente neste sentido”, disse.

“Já conversei com líderes de partidos políticos, dois ou três. Até mesmo quando estava no Supremo fui sondado, sondagens superficiais. Ano passado, tive conversas com Marina Silva. Mais recentemente, tive conversas, troca de impressões, com a direção do PSB”, disse. “Mas nada de concreto em termos de oferta de legenda para candidatura, mesmo porque eu não sei se eu decidiria dar esse passo, eu hesito”, completou.

Após 11 anos como ministro do STF, Joaquim Barbosa pediu aposentadoria antecipada em julho de 2014 alegando questões pessoais. Ele foi o primeiro negro a presidir o STF e foi indicado ao cargo de ministro da Suprema Corte em 2003, no mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

(Com Agência Brasil)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.