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SÃO PAULO – “É tarde da noite na sede do governo municipal de São Paulo, localizada no centro velho da maior metrópole da América do Sul. Enquanto os moradores de rua e os viciados em crack começam sua ocupação noturna, João Doria e seus secretários ainda estão trabalhando em seus planos de revitalizar a capital financeira brasileira”.
É o que diz em seu parágrafo inicial o jornal britânico Financial Times em matéria sobre Doria e as possibilidades de que ele ascenda como um forte candidato à presidência.
“Doria foi alçado ao poder em outubro do ano passado em uma vitória histórica nas eleições da cidade e se apresenta como um ‘outsider’ workaholic, tentando trazer técnicas modernas de gestão para um sistema político engarrafado pela corrupção e ideologias do ‘século 20’. Um empresário bem-sucedido e habilidoso – apresentou a versão brasileira do programa de reality show do presidente dos EUA Donald Trump, O Aprendiz – ele está sendo apresentado como um possível candidato nas eleições presidenciais do próximo ano”, destaca o jornal britânico. Vale destacar que, em sua página no Facebook, o FT questiona: Doria poderá ser presidente do Brasil?
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A reportagem ainda traz uma entrevista com o prefeito paulistano, que reforça mais uma vez que é um gestor que entrou na política, e não um político. Neste sentido, o FT aponta que Doria emerge como um dos primeiros de uma potencial geração de líderes que sinalizarão o desgosto de que muitos brasileiros sentem pela antiga classe política nacional em meio aos escândalos de corrupção e de mau uso do dinheiro público.
O jornal britânico aponta que os paulistanos assumiram as promessas eleitorais de “desestatização” de Doria – de forma a angariar pelo menos R $ 7 bilhões através da venda de alguns bens municipais e oferecendo outros como concessões ao setor privado ou em parcerias público-privadas.
A publicação também aponta que a sua gestão reduziu a zero uma fila de cerca de 500.000 pessoas esperando por exames com o programa “Corujão da Saúde” através de associações com hospitais do setor privado. “Através da gestão [eficaz], eu ganhei reconhecimento “, disse ele.
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Apesar de ser integrante do PSDB e filho de um parlamentar, Doria nunca havia concorrido a uma eleição até ano passado, quando declarou em R$ 180 milhões em bens, ressalta o jornal.
Além disso, o FT aponta que às vezes o prefeito é comparado a Trump – mas Doria diz se identificar com Michal Bloomberg, ex-prefeito de Nova York. “Ele é mais próximo dos meus sentimentos, da minha interpretação de democracia”, disse o tucano ao jornal.
Porém, o FT diz que, como Trump, Doria não tem medo de conflitos, dando como um dos exemplos a polêmica sobre a pintura da prefeitura encobrindo grafites em alguns locais da cidade. Doria, contudo, insiste não ser contra o grafite, mas sim contra a pichação.
Chances em 2018
E, embora ainda seja cedo, os analistas classificam Doria como um forte nome para disputar as eleições presidenciais do próximo ano, contra outros possíveis candidatos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O prefeito de São Paulo ataca fortemente o petista no Facebook, mas insiste que ainda não tem ambições presidenciais. “Digamos que só o tempo pode decidir isso”, diz ele. “Fui eleito para ser prefeito de São Paulo e tenho que me concentrar nisso”, afirmou ao jornal. Contudo, vale destacar que, em entrevista à Bloomberg, Doria afirmou que pode concorrer à presidência caso seja escolhido pelo partido nas prévias eleitorais: “respeitando a democracia, por que não?”
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