França, grande anúncio de Trump, protestos contra Temer e balanço da Vale: o que agitará a próxima semana

No Brasil, destaque ainda para dados fiscais e mercado de trabalho, além da intensificação da temporada de resultados, com Vale, Bradesco e Santander

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após mais uma semana curta por conta do feriado, mas permeado por muitas emoções com o desenrolar das reformas do governo e também de olho na Operação Lava Jato, o mercado ficará de olho nas discussões sobre a reforma da Previdência e indicadores importantes por aqui e nos EUA. 

Na agenda econômica brasileira, o destaque fica para os indicadores fiscais de março. Na próxima quinta-feira, às 12h (horário de Brasília), será revelado o Resultado Primário do Governo Central. De acordo com a Rosenberg Consultores Associados, deve haver um déficit ao redor de R$ 8 bilhões. Já o resultado Primário do Setor Público consolidado, que inclui os Estados e Municípios, também em situação fiscal delicada, devem confirmar o consenso de piora dos resultados fiscais no curto prazo e registrar déficit ao redor de R$ 9 bilhões, afirma a consultoria. O dado será revelado na sexta-feira às 10h30.

Antes disso, na terça-feira às 10h30, será divulgada a nota do setor externo de março, que deverá apresentar saldo negativo em conta corrente de US$ 420 milhões e Investimento Direto no País positivo em US$ 7 bilhões, de acordo com projeções do Bradesco. Em relação à inflação, após os dados do IPCA-15 apontarem para inflação ligeiramente abaixo do centro da meta nos últimos doze meses, o resultado do IGP-M de abril, a ser divulgado na quinta-feira às 8h, deverá reforçar a expectativa de continuidade de desinflação, segundo o Bradesco. “Esperamos deflação de 0,99% no período, puxada por maiores quedas nos preços de alimentos no atacado e de minério de ferro”, afirma a equipe econômica do banco. 

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Atenção ainda para a divulgação do dado de emprego referente a março a ser revelado pelo IBGE  às 9h de sexta-feira. Segundo a Rosenberg, a taxa de desocupação deve avançar no primeiro trimestre do ano em comparação ao último. “Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, esperamos um aumento de 2,9 pontos percentuais (para 13,8%), desacelerando o ritmo de aumento (no quarto trimestre do ano passado, houve crescimento de 3,1 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2015)”. Já o Bradesco aponta que, considerando o resultado negativo de emprego formal do Caged do período, a taxa de desemprego deve ter alcançado 13,7%, com manutenção do ritmo de queda da população ocupada.

Ainda sem data definida, serão revelados também na próxima semana os dados federais de  arrecadação de impostos e tributos. O Bradesco espera que o montante  atinja  R$ 98,4 bilhões em março, o equivalente à estabilidade em termos reais, na comparação interanual. Já a Rosenberg estima  R$ 101 bilhões. “Se confirmada, será um novo resultado um pouco mais animador, apesar de modesto, principalmente nos tributos relacionados à atividade econômica. Entretanto, continua a deixar os resultados mais negativos para trás e segue uma recuperação lenta”, avalia a consultoria. 

Por fim, após avanços do governo Temer na reforma trabalhista – com a aprovação do regime de urgência para a votação na Câmara, que pode ir a Plenário  já na próxima semana – e com a leitura do relatório da Previdência, o mercado fica de olho nos próximos passos para essas reformas. Sobre a Previdência, os investidores acompanharão possíveis mudanças no texto e notícias sobre o cronograma de votação. Na sexta-feira, a Folha de S. Paulo informou que, diante da resistência de parlamentares aliados, o governo passou a admitir que pode adiar a votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara, inicialmente prevista para a segunda semana de maio. 

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Desta forma, o mercado deve monitorar de perto manifestações convocadas pela oposição ao governo Temer para o próximo dia 28.  As centrais sindicais convocaram para a próxima sexta-feira uma greve geral contra as reformas da previdência, trabalhista e a aprovação da Lei da Terceirização irrestrita. Um interlocutor do governo afirmou ao jornal Estadão que, se a mobilização for muito grande, poderá fazer com que deputados desistam de apoiar as reformas, por medo da pressão popular. 

No noticiário corporativo, atenção ainda para a intensificação da divulgação dos resultados do primeiro trimestre, após a Usiminas inaugurar a temporada na quinta-feira. O grande destaque fica para a divulgação dos números do Santander, Bradesco e para a Vale. Para ver a agenda de resultados, clique aqui. 

França e dados dos EUA agitam exterior

No exterior, o grande destaque fica para o primeiro turno das eleições na França, que ocorrem no próximo domingo. O país informou que suas forças de segurança estão totalmente preparadas para a eleição presidencial após a morte de um policial por um militante islâmico criar uma sombra sobre o último dia de uma campanha imprevisível. Com o primeiro turno da eleição de duas etapas marcado para acontecer no domingo, o centrista Emmanuel Macron ainda mantém sua posição como favorito na acirrada corrida, que possui quatro postulantes com grandes chances de se credenciarem ao segundo turno: além de Macron, são eles Marine Le Pen (extrema-direita),  François Fillon (conservador) e Jean-Luc Mélenchon (extrema-esquerda). A eleição é vista como um dos temas mais importantes para o futuro do euro, uma vez que a vitória da candidata eurocética Marine Le Pen poderia representar mais um grande baque para o futuro da União Europeia. 

Ainda no noticiário geopolítico, os investidores também devem seguir atentos ao desenrolar da tensão entre EUA e Coreia do Norte. A Coreia do Sul informou nesta sexta-feira que está em alerta máximo antes de outro importante aniversário na Coreia do Norte, com uma grande concentração de aparatos militares amontoados em ambos lados da fronteira diante de preocupações sobre um novo teste nuclear de Pyongyang. O país comemora na próxima terça o aniversário de 85 anos da fundação de seu Exército Popular. Seul também manifestou preocupação com os últimos testes nucleares realizados pela Coreia do Norte (veja mais clicando aqui). 

Em destaque entre os dados econômicos, está a divulgação da primeira leitura preliminar do PIB dos Estados Unidos na sexta-feira às 9h30, referente ao primeiro trimestre deste ano. “Os indicadores coincidentes já conhecidos sugerem um crescimento mais moderado da atividade no período, o que é compatível com maior gradualismo da normalização da política monetária”, afirma o Bradesco.

Ainda nos EUA, vale destacar a expectativa pelo anúncio do presidente americano Donald Trump. Ao assinar decretos presidenciais pedindo reavaliação de algumas regulações financeiras da administração Obama, disse na sexta-feira que haverá um grande anúncio de reforma tributária na próxima semana. “Teremos um grande anúncio na quarta-feira que tem a ver com a reforma tributária. O processo começou há muito tempo, mas a reforma começará na quarta-feira”, disse Trump no Departamento do Tesouro dos EUA.

Já na sexta-feira, será divulgado o PIB do Reino Unido, também do primeiro trimestre, e a prévia do índice de inflação ao consumidor da Área do Euro de abril, que deverá mostrar continuidade de desaceleração dos preços de energia, aponta o banco. 

Antes, na quinta-feira às 8h45, será revelado o resultado da reunião do BCE (Banco Central Europeu). Nesta sexta, o presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, afirmou que o crescimento e o comércio global parecem estar melhorando, mas os riscos para a economia da zona do euro continuam, de modo que uma política expansionista ainda é necessária. No mesmo dia, o Bank of Japan anunciará a sua decisão de política monetária. 

Para conferir a agenda completa da semana, clique aqui.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.