“Fraco e limitado”, governo Temer chegou no limite de concessões para garantir reforma robusta, diz Cortez

Rafael Cortez, analista político da Tendências, avalia a situação da base aliada do governo e as condições de aprovação dos projetos tidos como mais importantes pelo mercado

Mário Braga

Publicidade

SÃO PAULO – A tramitação das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo Temer enfrentam obstáculos no Congresso. O adiamento da leitura do relatório da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara para esta quarta-feira (19) e o atraso de pelo menos três semanas na apreciação da renegociação das dívidas dos Estados pelo plenário da Casa são os exemplos mais recentes e concretos desta situação.

No entanto, o cenário atual é diferente do enfrentado pela ex-presidente Dilma Rousseff, especialmente em seu segundo mandato, na avaliação do analista político da consultoria Tendências, Rafael Cortez. “Apesar de existirem dilemas de governabilidade, especialmente em temas mais complexos da agenda econômica, não caminhamos atualmente para um estado de paralisia decisória como no governo Dilma”, afirmou, durante o programa Visão Macro.

No primeiro bloco, o especialista analisa ainda os efeitos dos desdobramentos da Operação Lava Jato e da divulgação da “Lista do Fachin” sobre a postura dos parlamentares e como o “fraco” e “limitado” governo Temer pode encaminhar seus projetos antes que as atenções da classe política se voltem por completo para as eleições de 2018 e a janela de oportunidade para aprovação de pautas impopulares se feche. 

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

 

No segundo bloco, Cortez analisa a tramitação da proposta de reforma da Previdência e considera que o governo já chegou “ao limiar” de concessões, se ainda pretende aprovar um projeto robusto. “Em tese, o governo deveria colocar na comissão especial parlamentares dispostos a enfrentar o custo de aprovar um texto duro para, aos poucos, o governo ceder em temas mais polêmicos quando a votação fosse para o plenário”, detalhou.

Do lado positivo, o doutor em Ciência Política pela USP destaca as negociações que o Planalto está fazendo já com líderes do Senado para agilizar o encaminhamento da PEC (Proposta de Emenda à Consituição). Ele ressalta ainda os reflexos da divulgação do “Placar da Previdência”, as possíveis consequências de manifestações contrárias à reforma e o que o mercado pode esperar nos próximos meses.

Continua depois da publicidade