Esquerda sofre desilusão com Lula após revelação de delações da Odebrecht

"É simplesmente doloroso ver que o PT simplesmente não pôde manter as mãos fora da caixa registradora. Juntaram-se à elite extremamente corrupta", afirmou o linguista e filósofo Noam Chomsky, uma das maiores referências vivas da esquerda mundial

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O encanto da esquerda com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva definitivamente já foi maior em outros momentos de sua trajetória política. As novas revelações com a quebra do sigilo de delações de ex-executivos da Odebrecht colocaram o líder petista em uma posição menos confortável entre seus simpatizantes. É o que conta o jornal Folha de S. Paulo em reportagem publicada nesta terça-feira (18). De acordo com o texto, alguns intelectuais de esquerda já chegam a admitir que a defesa de Lula arrefeceu.

Muitos não escondem a decepção com as acusações levantadas. É o caso da psicanalista Maria Rita Kehl, simpatizante do PT, que ressalva que isso, porém, não sua convicção de que “Lula foi o melhor presidente que esse país já teve”. Conforme conta o colunista Clóvis Rossi, até mesmo o linguista e filósofo norte-americano Noam Chomsky — conhecido como uma das maiores referências vivas da esquerda socialista — fez críticas à esquerda latino-americana e especialmente à brasileira.

“É simplesmente doloroso ver que o Partido dos Trabalhadores no Brasil — que implantou medidas significativas — simplesmente não pôde manter as mãos fora da caixa registradora. Juntaram-se à elite extremamente corrupta”, disse o intelectual ao programa Democracy Now.

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Segundo o ex-presidente da construtora Marcelo Odebrecht, a pedido de Antonio Pallocci, foi aberta uma conta para “atender demandas que viessem de Lula”. Em seu depoimento, ele chegou a falar em uma cifra de R$ 40 milhões. Delatores da Odebrecht sustentam que a empresa pagou mesadas ao irmão do ex-presidente, ajudou na carreira de seu filho e reformou um sítio como presente a Lula.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.