Dilma usará “confissão” de Temer como prova em processo contra impeachment no STF

“O Supremo tem agora a prova de que não foram as pedaladas fiscais que levaram Eduardo Cunha a aceitar o processo de impeachment, mas a vingança porque ela não cedeu às suas chantagens“, disse Cardozo

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que um trecho da entrevista de Michel Temer à TV Bandeirantes transmitida no último sábado reforça a tese de “nulidade de impeachment” em função de um suposto desvio de finalidade cometido pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Na avaliação do advogado José Eduardo Cardozo, a fala do peemedebista pode ser usada como prova de que o processo foi aberto “por pura vingança”.

Em 2 de dezembro de 2015, o PT decidiu apoiar a abertura de processo de cassação contra Cunha em votação no Conselho de Ética da Câmara. Na última entrevista, Temer afirmou aos jornalistas da Band: “No dia seguinte, eu vejo no noticiário que o presidente do PT e os 3 membros do partido se insurgiram contra a fala e votariam contra [Eduardo Cunha no Conselho de Ética]. Quando eram 3 horas da tarde, ele me ligou dizendo: ‘Olha, tudo aquilo que eu disse não vale. Porque agora eu vou chamar a imprensa e dar início ao processo de impedimento’. (…) Se o PT tivesse votado nele [Eduardo Cunha] naquela comissão de ética, é muito provável que a senhora presidente [Dilma Rousseff] continuasse”.

“O Supremo tem agora a prova de que não foram as pedaladas fiscais que levaram Eduardo Cunha a aceitar o processo de impeachment, mas a vingança porque ela não cedeu às suas chantagens”, disse Cardozo, que foi advogado-geral da União durante o governo Dilma. A defesa da petista incluiu a entrevista de Temer no mandato de segurança que contesta o processo de impeachment no Supremo Tribunal Federal.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.