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SÃO PAULO – A revelação pelo Estadão da abertura de inquérito contra nove ministros do governo, além de senadores e deputados da oposição e da base aliada pelo ministro e relator da Operação Lava Jato Edson Fachin causam apreensão no Palácio do Planalto.
Um dos efeitos para o governo foi sentido logo após a divulgação da lista: o Plenário da Câmara começou a se esvaziar, ainda que os governistas insistissem em votar o texto principal do projeto que trata da recuperação fiscal dos estados em dificuldades financeiras. Assim, espera-se que a notícia sobre a lista de Fachin domine o noticiário e possa contaminar debates importantes, como a reforma da Previdência.
De acordo com o analista da Barral M. Jorge, Juliano Griebeler se, por um lado, a lista de Fachin posterga as votações importantes previstas para as próximas semanas, como o regime de recuperação fiscal dos estados e a apresentação dos pareceres das reformas trabalhista e previdenciária por outro, permitirá ao governo tentar conter possíveis danos e acalmar a base e a opinião pública antes da deliberação final das matérias. Tudo isso dependerá do conteúdo das delações.
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Conforme aponta o analista, dentre os mais de cem políticos investigados, há 29 senadores e 9 ministros. Desta forma, atinge diretamente o Senado Federal; porém, o fato de haver diversos políticos envolvidos ajuda a diluir a pressão sobre os parlamentares.
Para o analista político da Tendências Consultoria, Rafael Cortez, a lista de Fachin deve limitar janela para reformas, apontando que a agenda política negativa deve contaminar a discussão da Previdência. “A lista de Fachin manterá mares agitados da política. O cenário político continua com viés negativo em torno de caminho para estabilidade. Porém, apesar de mares agitados com divulgação de nomes, ainda que a notícia seja negativa aos olhos do governo, não altera incentivo e senso de urgência do governo na aprovação da reforma da Previdência”, avalia o analista para a Bloomberg.
Segundo Cortez, o efeito é paradoxal, que torna ainda mais central a aprovação da reforma, para tentar minimizar o desgaste da classe política. “Os incentivos para governo permanecer na trilha das reformas são relevantes e aumentam. O barulho de lista de Fachin deve ser grande; perda de legitimidade de classe política vai se acentuando. Os desafios do governo Temer vão aumentando”, apontam. Desta forma, enquanto a lista de Fachin pode afetar a aprovação das reformas, por outro lado, poderá elevar ainda mais os estímulos para que elas sejam encaminhadas.
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(Com Bloomberg)
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