Após começo de ano miserável, Temer e brasileiros ainda possuem uma esperança, diz FT

Expectativa é de melhora na economia brasileira, que segue combalida, mas pode ser reativada com "gols" feitos pelo governo no Congresso

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após um começo de ano miserável em meio a uma série de massacres nas prisões do Amazonas e de Roraima, Michel Temer tem no Congresso a esperança de recuperação da economia brasileira, afirma o Financial Times em matéria chamada “Temer e os brasileiros colocam fé no renascimento da economia” (em tradução livre).

Segundo a publicação britânica, a resposta de Temer às rebeliões nos presídios não contribuiu para reparar a queda da popularidade do presidente, uma vez que a recuperação econômica esperada não se materializou ainda e os empregos continuam sendo perdidos em índices alarmantes. Além disso, a ameaça de uma crise de segurança elevou a pressão sobre a gestão do governo à medida em que é preciso impulsionar reformas impopulares em meio ao Congresso notoriamente obstrutivo. 

Contudo, até agora, o que se viu foi que o governo marcou uma série de “gols” em seu programa legislativo, aponta a publicação. Os analistas esperam ainda que a ausência de qualquer desafiante crível ajudará Temer a avançar com reformas mais difíceis, apesar da falta de um mandato popular. 

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Voltando a falar sobre a crise do sistema penintenciário, o Financial Times aponta as análises de que, se a guerra de facções na prisão fosse para as ruas, como aconteceu em 2006, o cenário (mais otimista) seria diferente. “Causaria uma preocupação popular mais imediata e talvez fosse impossível  ver uma recuperação da economia após ter contraído cerca de 8% nos últimos dois anos”, afirma o jornal. 

A publicação ressalta que, quando o Congresso afastou Dilma Rousseff, em meados do ano passado, muitas pessoas supunham que a economia iria melhorar rapidamente. Isso não aconteceu, diz o jornal, apontando para as expectativas mais modestas para a economia em 2017, passando de crescimento de 1,4% em setembro para 0,5% atualmente, segundo o relatório Focus. Além disso, há um cenário de instabilidade política em meio ao desenrolar da Operação Lava Jato, com depoimentos que citam integrantes do governo e até o próprio Temer (que nega as acusações). 

O jornal aponta que muitos membros da administração de Temer são vistos como mais corruptos do que Dilma, enquanto poucos acusam a ex-presidente de enriquecimento pessoal. Contudo, apesar das questões sobre a sua gestão e a queda de popularidade de Temer, enquanto a crise de segurança e de corrupção forem contidas, ele dificilmente cairá por conta da economia como foi o caso de Dilma, diz a publicação.  “Isso porque o governo mostrou que pode fazer as coisas”, diz o jornal, apontando para significativas aprovações no Congresso.

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Temer pode ter mais ânimo, aponta o jornal, ao saber que poucos brasileiros têm estômago para outra mudança traumática do governo, especialmente pelo fato de não haver nenhum “salvador óbvio” no radar.

De qualquer forma, ele deixará o cargo no máximo até o final do ano que vem. O jornal cita ainda a fala do secretário do Programa de Parcerias de Investimento Wellington Moreira Franco: “nenhum de nós estará no governo depois de 2018. Nós sabemos que temos um emprego: consertar a economia”. 

“Com a eleição em breve, 2017 será o ano para fazer esse trabalho. É uma pena que o ano começou tão pouco auspicioso”, finaliza a publicação.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.