EUA apontam propina de R$ 50 milhões da Odebrecht para campanhas de Dilma

texto, que foi feito com a delação premiada de executivos da Odebrecht, mostra que a fortuna foi negociada pelo então presidente Lula em 2009

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Foram revelados documentos pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos na última quarta-feira (21) que mostram que a Braskem pagou R$ 50 milhões em propinas para a campanha de Dilma Rousseff em 2010. De acordo com os documentos, o grupo Odebrecht pagou mais de US$ 1 bilhão em propinas a governantes e políticos de 12 países desde 2003, sendo US$ 599 milhões no Brasil.

A ex-presidente é citada nos documentos como “Brazilian Official 2”. O texto, que foi feito com a delação premiada de executivos da Odebrecht, mostra que a fortuna foi negociada pelo então presidente Lula em 2009 junto Alexandrino Alencar, na época diretor do grupo. Lula, por sua vez, é identificado como “Brazilian Official 1”.

De acordo com as autoridades, o petista autorizou que Alexandrino acertasse com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega (“Brazilian Official 4”), a concessão de benesses para a Braskem, braço petroquímico da Odebrecht. Mantega, por sua vez, disse que atenderia a companhia em troca de propina para a campanha de Dilma. O valor total foi de R$ 50 milhões.

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O objetivo da Braskem era “assegurar uma vantagem imprópria para obter e manter seus negócios”. Segundo o Departamento de Justiça, a “negociação espúria” deu certo e o governo implantou um programa que permitiu à Braskem continuar tendo abatimentos em impostos.

Outra parte do texto explica que o “Brazilian Official 4″ (Guido Mantega) negociou com a Braskem o pagamento de propinas no total de R$ 100 milhões para diversos candidatos petistas em 2014, incluindo Dilma. Porém, antes de aceitar o negócio, a companhia tentou convencer o governo em 2011 a implantar mudanças tributárias que beneficiaram o setor petroquímico. A tramitação da proposta enfrentou resistência, o que levou a um pagamento adicional de R$ 100 milhões, mas acabou sendo aprovada.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.